Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2016
Aparentemente o sabonete antibacteriano é melhor do que o comum, porém, eles podem causar danos à saúde e ainda ao meio ambiente. É o que dizem os médicos.
A decisão do FDA (Food and Drug Administration, o órgão responsável pelo controle de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) de proibir a comercialização desses produtos, alegando que as fabricantes não conseguiram comprovar a segurança para uso diário e a prevenção de doenças, causou preocupação.
De acordo com o órgão, 19 substâncias – entre as quais o triclosan, comum nas versões líquidas, e o triclocarban, presente na maior parte dos sabonetes em barra – podem trazer problemas ao sistema imunológico, retirando bactérias que são benéficas para o organismo humano. Além disso, estão associadas ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer.
Para o infectologista Alberto Chebabo, os antibacterianos só devem ser usados em locais em que há risco maior de contaminação, como hospitais, ou em casos de pacientes que sofrem de infecções de pele. “Não há vantagem alguma no consumo pessoal e diário desse tipo de sabonete. Água e sabão comum são o suficiente. No máximo, há a recomendação do uso do álcool gel”, afirma o médico.
Em nota, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que no Brasil, o triclosan tem o uso previsto para qualquer produto de higiene pessoal, cosmético ou perfume com a função de conservante em uma concentração máxima de 0,3%. Já o o triclocarban tem 0,2% de concentração máxima. Em outros produtos destinados a serem enxaguados, podem ter concentração de até 1,5%. A Protex, uma das principais fabricantes nacionais, informou que não utiliza o triclosan. Porém há em sua fórmula o triclocarban.
Risco global.
No Brasil existem 215 produtos notificados como sabonetes antissépticos que contém o triclosan e 110 com Triclocarban segundo dados da Anvisa. A dermatologista Jéssica de Assunção explica que a situação é mais grave do que parece: “Como essas substâncias são expelidas para o meio ambiente através do esgoto, a decisão é importante. Esses compostos podem viajar o mundo. Portanto, é um risco que está no âmbito global e não só pessoal”, destaca a médica.
Apesar da proibição, a FDA ressalta a importância de lavar as mãos com sabonete para prevenir doenças. Além disso, a decisão não inclui gel antisséptico, lenço umedecido nem produtos antibacterianos utilizados em hospitais e centros de saúde.
A Anvisa disse ainda que tomou conhecimento dos recentes dados relacionados aos riscos decorrentes do uso destas substâncias em cosméticos e está estudando a necessidade de revisão da regulamentação brasileira. (AG)