Domingo, 02 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de agosto de 2015
Na denúncia protocolada no STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot afirma que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), era “sócio oculto” do lobista do PMDB Fernando Soares, o Baiano. De acordo com Janot, Cunha foi destinatário de propina, em 2011, e recebeu ao menos 5 milhões de dólares.
Segundo o documento, o congressista recebeu vantagens indevidas para facilitar e viabilizar a contratação do estaleiro Samsung, responsável pela construção dos navios-sondas Petrobras 10000 e Vitoria 10000, sem licitação, por meio de contratos firmados em 2006 e 2007. A intermediação foi feita por Baiano, operador ligado à Diretoria Internacional da Petrobras, de indicação do PMDB. A propina foi oferecida, prometida e paga por Júlio Camargo, segundo a Procuradoria-Geral da República.
“Nos dois navios-sonda, Eduardo Cunha era o ‘sócio oculto’ de Fernando Soares e também foi o destinatário final da propina paga, tendo efetivamente recebido ao menos 5 milhões de dólares – o equivalente atualmente a 17,34 milhões”, aponta a denúncia. “Fernando Soares, sempre representando os interesses do PMDB, mais especificamente do denunciado Eduardo Cunha e também de Nestor Cerveró [ex-diretor da área Internacional da Petrobras], solicitou, aceitou promessa e recebeu vantagens indevidas em proveito dos três, beneficiários últimos ao menos de parte dos valores indevidos.”
Baiano foi condenado a 16 anos de prisão na Justiça Federal do Paraná. Como não detém foro privilegiado perante o STF, foi processado na primeira instância. Na segunda-feira (17), o juiz Sérgio Moro condenou-o por corrupção e lavagem de dinheiro.
“A solicitação e a aceitação da promessa de vantagens indevidas por Eduardo Cunha foi, em um primeiro momento, para garantir a manutenção do esquema ilícito implantado no âmbito da Petrobras”, diz a denúncia. (AE)