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Política Cúpula do governo quer que a abertura de cargos seja condicionada à adesão de partidos à reeleição de Lula em 2026

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Investigações da PF apontam que o plano para assassinar o ministro do STF, Alexandre de Moraes, o presidente Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, foi impresso pelo general Mário Fernandes no Palácio do Planalto, em 2022. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Passado o pleito municipal, o Palácio do Planalto avalia repactuar a relação entre o governo e a sua base aliada no Congresso. Segundo integrantes da cúpula do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a ideia é que a abertura de cargos esteja condicionada, a partir de agora, à adesão dos respectivos partidos à reeleição de Lula em 2026.

Ou seja, o governo só vai abrir novos espaços para o Centrão e outras siglas, na Esplanada, se esses partidos se comprometerem com o apoio formal à chapa lulista daqui a dois anos. Por conta disso, fontes próximas ao presidente da República dizem que está descartado, por ora, qualquer chance de reforma ministerial.

A estratégia do governo petista, com isso, é forçar partidos como União Brasil, PSD, e Republicanos a embarcarem formalmente no projeto de reeleição presidencial de Lula. Atualmente, essas legendas possuem representação na Esplanada, com direito a ministérios, mas nem sempre apresentam um alinhamento automático com a gestão petista no Congresso.

Esse caminho foi já defendido, inclusive, pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Após se reunir com integrantes da executiva na semana passada, ela sugeriu que o PT faça aliança com partidos de centro como forma de enfrentar a extrema-direita nas próximas eleições.

“Há um crescimento da extrema-direita e precisamos nos preparar para esse enfrentamento. […] A verdade é que temos um projeto nacional, mas precisamos melhorar enquanto partido e governo”, disse Gleisi na ocasião. “Acho que vamos conseguir avançar para 2026 além do que está. Devemos fazer uma aliança muito mais ao centro, ampliar, para reeleger o presidente Lula”, acrescentou.

Nos bastidores, as fontes admitem, sim, a possibilidade de mudanças pontuais nos ministérios, mas rechaçam que isso vá acontecer nos moldes de uma reforma ministerial tradicional, algo que vinha sendo especulado desde o primeiro semestre.

“Ele [Lula] não fala de reforma ministerial. Ele [presidente] diz: ‘os ministros são muitos bons’”, contou uma fonte próxima ao comando do governo.

A sinalização de que o Planalto não irá se abrir para novos nomes do Centrão – sem uma contrapartida relacionada à disputa de 2026 – também coincide com as negociações em torno da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado. Isso porque as discussões em torno dos nomes substituirão Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também elevaram o apetite dos partidos por espaços no governo.

Sobre isso, as fontes concordam até mesmo com a possibilidade de o Executivo oferecer cargos para nomes ligados ao nome que suceder Lira no comando da Câmara. Na semana passada, o PT declarou apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) ao cargo. A negociação também envolveria um acordo para que a legenda do futuro presidente da Casa apoiasse Lula nas eleições presidenciais.

“Poderia vir alguém deles para o governo com uma outra coisa [pactuada]”, ponderou um integrante do governo em condição de anonimato. A fonte explica, por exemplo, a situação do Republicanos, partido de Motta. “[A entrada de aliados no governo ocorreria] se o Republicanos decide em definitivo que vai apoiar o Lula em 2026. Sabemos que o Hugo Motta também pode apoiar [o governo petista] em 2026 porque ele é da Paraíba, mas não o partido inteiro [Republicanos]. Teria que garantir apoio em 2026 para daí ter uma recomposição com a Câmara.”

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