Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2017
O presidente da próxima Bienal do Mercosul, que chega a sua 11ª edição, o médico e oncologista Gilberto Schwartsmann, reuniu artistas, imprensa e convidados no final da tarde desta segunda-feira, no auditório do MARGS (Museu de Arte do RS), para um bate papo com o curador do evento, o alemão Alfons Hug, que já residiu em diversos países e agora está em Lagos, na Nigéria, de onde vem buscando inspiração para dar corpo à Bienal, que ganha nesta edição o conceito “O triângulo do Atlântico”. O curador, que nasceu em Hochdorf, na Alemanha, e estudou linguística, literatura comparada e cultura em Freiburg, Berlim, Dublin e Moscou, veio especialmente ao Brasil para expor suas ideias uma vez que o triângulo, na sua concepção, interliga o destino da Europa, África e América Latina desde os anos 500. “Todos os oceanos constituem história, mas nenhuma supera o Atlântico, pois alterou a história para sempre, testemunhou grandes movimentos migratórios da natureza humana”.
Alfons Hug falou um pouco sobre sua experiência em Lagos e do quanto a cidade promete explodir como uma das maiores do mundo. Hoje, a África conta com 1,2 bilhão de pessoas e tudo isto tem a ver com questões culturais, uma vez que a mulher nigeriana tem recordes de gêmeos, numa região tabulada pela “fertilidade e esta é uma leitura que quero trazer e que ao meu modo é uma interpretação do que vejo, podendo ser projetada na arte”. Ele citou exemplos do Rio de Janeiro, de museus e centros afro-culturais, galerias e outros pontos que traduzem arte. A proposta é apresentar na Bienal do Mercosul “uma plataforma passando pela África, América Latina, Caribe e Europa., através de suas diversidades culturais que se espalharam mundo afora”. O curador quer trazer obras de fora e convidar cerca de 50 a 60 artistas do Mercosul para darem forma ao projeto. A Bienal está agendada para acontecer entre abril e junho de 2017.