Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O Brasil sempre teve um grande fator que atrapalhou seu crescimento: a falta de competitividade produtiva em âmbito internacional. É preciso refletir sobre a raiz causadora disso, o popularmente conhecido custo Brasil. Raiz dos diversos problemas econômicos que o país enfrenta hoje em dia, esse custo nada mais é do que um somatório de fatores que contribuem para termos preços finais – derivados de uma cadeia produtiva muito custosa – muito acima da média internacional. Custos trabalhistas altíssimos para manter os empregados; falta de mão de obra qualificada; infraestrutura de transportes precária; regulamentações excessivas; proibição de certas importações ou as taxas abissais em que são permitidas; e, principalmente, a nossa política fiscal são alguns dos responsáveis pelo nosso elevado custo Brasil.
O alto custo de produção, aliado a um considerável risco devido à instabilidade política e econômica, torna o investimento em território brasileiro uma aposta para poucos corajosos. São diversos os absurdos casos relatados por leis trabalhistas ultrapassadas, que fazem a relação entre o empregador e o empregado algo cauteloso, não natural e muito custoso. Esse custo trabalhista faz com que o valor da nossa mão de obra se torne muito superior ao da média internacional, especialmente se comparado com o de países mais desenvolvidos nesse quesito. Além desse custo absurdo que as empresas enfrentam com diversas ações trabalhista aproveitadoras da lei, só de tributação sobre a folha salarial, por exemplo, estamos falando de algo em torno de 35%, uma das maiores taxas do mundo – contribuindo ainda mais no somatório final de despesas desse custo Brasil.
Outro fator que também contribui consideravelmente para isso é a combinação do tamanho do nosso território com a qualidade da nossa infraestrutura, principalmente relacionada ao transporte. A logística acaba por ser algo muito custoso para as empresas, barrando no mercado novos entrantes que não têm como arcar com tal risco e investimento. Por consequência, sem competição, a inovação também acaba por não evoluir. A falta de infraestrutura não torna viáveis certos negócios, principalmente aqueles que dependem visceralmente de qualidade e segurança de transporte aliadas a custo baixo, algo que o país não oferece. Isso acaba por fazer com que o capital investido em transportes – que inclui manutenção de caminhões e tempo de entrega, por exemplo – seja elevadíssimo, o que se torna grande responsável pelo alto custo de matéria-prima de diversas empresas brasileiras.
Dito isso, a recuperação econômica do Brasil precisa tornar-se prioridade. Para combater a crise, a luta contra esse elevado custo deve ser o foco de qualquer político. E para reduzi-lo, é preciso repensar o papel e o modelo de Estado que temos. Todos os problemas citados anteriormente são claramente provenientes de uma gestão estatizante (legislações, infraestrutura, barreiras, impostos…). O Estado precisa sair do caminho dos brasileiros o mais rápido possível. Nós, pagadores de impostos, estamos fartos de ganhar pouco e pagar muito caro por uma vida não condizente com nosso esforço.
Rodrigo Paim, publicitário e associado do IEE
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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