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Variedades Dá para reverter os cabelos brancos? Ciência responde

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Existem relatos de casos com a reversão de cabelos brancos com uso de medicações, como quimioterápicos, mas os riscos não compensam o efeito de reversão dos cabelos brancos. (Crédito: Reprodução)

Mulheres e homens que arrancam pela raiz cada fio branco da cabeça ou que tingem os cabelos de acaju comemoraram recentemente a novidade da internet. Cientistas estariam muito próximos de reverter um dos processos mais irritantes do envelhecimento, o embranquecimento das madeixas.

Se você é uma dessas pessoas, não tire a tintura do carrinho de compras ainda. Para dizer o mínimo, a boa nova enfrenta alguns obstáculos técnicos para ser concretiza.

Existem relatos de casos com a reversão de cabelos brancos com uso de medicações, como quimioterápicos, mas os riscos não compensam o efeito de reversão dos cabelos brancos —que só acontece em uma pequena porcentagem de pacientes. De fato, é um sinal de que possivelmente possa existir, sim, uma forma medicamentosa de fazer essa reversão no futuro.

Diante da euforia, uma ressalva é importante: é unanimidade entre os dermatologistas especializados em tratar couro cabeludo e cabelos que não existe nenhum produto efetivo que reverta os fios brancos e estimule a repigmentação.

Essa também é conclusão categórica de um estudo da Universidade da Califórnia em Irvine (Estados Unidos): “Atualmente, não há tratamento médico disponível para repigmentação capilar”.

Uma revisão de estudos sobre o embranquecimento prematuro dos cabelos (antes dos 20 anos na população caucasiana e antes dos 30 anos na afro-americana) vai ainda mais longe. Elaborado por pesquisadores americanos e indianos, o levantamento reafirma a ausência de soluções e indica algo para lá de óbvio: “as tinturas de cabelo continuam a ser a principal modalidade de tratamento para questões estéticas após a suplementação nutricional”.

Qual seria a novidade?

A ideia que andou circulando na internet é simples: induzir o corpo a produzir a substância que impede os fios de sucumbirem ao embranquecimento.

Essa prevenção passaria, primeiro, por dar sobrevida saudável dos melanócitos, as células especializadas que produzem o pigmento melanina, responsável pela cor dos cabelos, da pele e dos olhos.

Isso impediria que um subproduto da produção da melanina, o peróxido de hidrogênio, se acumule. Acontece que ele possui um efeito destruidor nas células. E, conforme os anos passam, nosso corpo produz menos antioxidantes pra neutralizar seu impacto.

Para concluir a solução mágica, a quebrar desse peróxido de hidrogênio poderia ser feita com um aminoácido chamado metionina.

O estudo de onde tiraram essas conclusões realmente existe. Foi realizado por pesquisadores alemães e britânicos, mas não é novo. Foi publicado em 2009. Nele, os pesquisadores afirmam:

“Nossos dados alimentam o conceito há muito citado, mas insuficientemente comprovado, de dano oxidativo induzido por peróxido de hidrogênio em todo o folículo piloso humano, incluindo a haste capilar, como um elemento-chave no envelhecimento senil do cabelo, que não afeta exclusivamente os melanócitos foliculares (…) seria interessante se a metionina pudesse ser útil”.

Folículo piloso é um anexo da pele responsável pelo crescimento de pelos em seres humanos.

Para chegar a essas conclusões, os cientistas conduziram testes apenas em laboratório. Depois, a pesquisa, que já era extremamente preliminar, e não avançou.

Dá para prevenir, pelo menos?

Outro tipo de notícia que sempre anima os adeptos da tintura é a possibilidade de impedir que os cabelos continuem brancos.

Nessa área, há, sim, novidades. Um estudo publicado por pesquisadores da NYU Grossman School of Medicine (Estados Unidos) mostra que os melanócitos se movimentam entre compartimentos microscópicos do folículo piloso.

É a localização dos melanócitos em determinado momento que determina o acesso à proteína responsável por fazer com que eles criem pigmento. O que o processo de envelhecimento faz é dificultar essa movimentação.

O trabalho científico sugere, no entanto, que “a modulação da mobilidade de melanócitos pode representar uma nova abordagem para a prevenção de cabelos grisalhos”.

E isso, infelizmente, ainda não traz o comprimido mágico da cor. As informações são do portal Uol.

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