Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de março de 2025
A polícia de Santa Fé, nos Estados Unidos, estabeleceu uma nova linha do tempo para as investigações das mortes de Gene Hackman e da mulher dele, Betsy Arakawa, depois que um médico alegou ter recebido uma ligação um dia depois da data estimada do falecimento dela. Dados de celular confirmaram a nova pista. O ator e a pianista clássica foram encontrados mortos na casa que dividiam, no estado americano do Novo México, no fim de fevereiro. Exames apontaram que Betsy morreu em decorrência de uma síndrome pulmonar rara, transmitida por ratos, e o marido, com Alzheimer avançado, faleceu na sequência, por problemas cardíacos.
Os dois corpos foram achados em avançado estado de decomposição. Os investigadores estimavam, inicialmente, que Betsy teria falecido em 11 de fevereiro. Mas, nesta segunda-feira, o médico Josiah Child, da Cloudberry Health, revelou que sua clínica recebeu um chamado de Betsy em 12 de fevereiro.
“A Sra. Hackman não morreu em 11 de fevereiro porque ligou para minha clínica em 12 de fevereiro”, disse Child ao Daily Mail esta semana. “Ela me ligou algumas semanas antes de sua morte para perguntar sobre fazer um ecocardiograma [exame cardíaco] para seu marido.”
O médico indicou que, na ligação, Betsy não fez menção ao quadro de hantavirose, que a teria levado à morte, e não deu sinais de estar mal de saúde. O xerife de Santa Fé, Adan Mendoza, afirmou à TV americana que a linha do tempo do caso foi atualizada “adequadamente” a partir da nova pista.
“Isso indicaria para mim que ela estava buscando aconselhamento médico ou ajuda médica e podia não estar se sentindo bem”, disse ele no programa Good Morning America.
A produção do programa entrou em contato com a Cloudberry Health, que confirmou que Arakawa havia ligado para agendar uma consulta para 12 de fevereiro para um problema não relacionado a questões respiratórias. Ela não compareceu à consulta.
“Agora podemos confirmar que o telefone da Sra. Hackman foi utilizado na manhã de 12 de fevereiro para ligar para um centro médico em Santa Fé, a Cloudberry Health”, disse o Gabinete do xerife ao Today em um comunicado. “Três ligações foram feitas naquela manhã, todas para o centro médico. Uma ligação recebida foi feita para a Sra. Hackman do mesmo centro médico naquela tarde que apareceu como uma chamada perdida no celular da Sra. Hackman”.
As informações foram confirmadas numa apuração dos dados do celular de Betsy. A mulher chegou a ligar para a clínica e cancelar a consulta, dois dias antes da data prevista inicialmente, com o argumento de o que marido estava “passando mal”. O centro médico telefonou duas vezes para acompanhar a paciente, mas as ligações não foram atendidas, até que Betsy retornou o contato.
“Ela ligou de volta na manhã de 12 de fevereiro e falou com um de nossos médicos que disse para ela vir naquela tarde”, detalhou o Dr. Child. “Marcamos uma consulta para ela, mas ela nunca apareceu. Ela não apresentou nenhum sintoma de dificuldade respiratória. A consulta não era para nada relacionado ao hantavírus. Tentamos ligar para ela algumas vezes, mas não obtivemos resposta.”
A revelação contradisse as conclusões do legista do caso. Os investigadores já haviam descoberto que Betsy trocou e-mails na manhã de 11 de fevereiro e foi a um supermercado, uma farmácia e uma loja de animais naquele dia. Dados do sistema de garagem apontaram que ela retornou à mansão da família por volta das 17h15 (horário local). Dali em diante, não teria sido mais vista com vida. Um dos cães do casal também morreu, afetado pela fome e pela desidratação, revelou a necropsia.