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Das 728 mulheres que se saíram vitoriosas nas eleições para prefeituras, 82,5% representam partidos de direita ou de centro

No segundo turno, 15 mulheres disputaram o comando do Executivo em 13 municípios. Delas, só cinco venceram o pleito. (Foto: Arquivo/TRE-RS)

Das 728 mulheres que saíram vitoriosas nas eleições para prefeituras, 82,5% representam partidos de direita ou de centro. O MDB teve a maioria das escolhidas, 130; o PSD elegeu 104, e o PP, 89.

No segundo turno, 15 mulheres disputaram o comando do Executivo em 13 municípios. Delas, só cinco venceram o pleito: Adriane Lopes (PP), em Campo Grande (MT), com 51,45% dos votos; Elizabeth Schmidt (União Brasil), em Ponta Grossa (PR), que teve 53,72%; Emilia Correa (PL), em Aracaju (SE), com 57,46%; Elisa Araújo (PSD), em Uberaba (MG), que chegou a 55,60%; e Mirella (PSD), em Olinda (PE), com 51,38%. Nenhuma candidata de esquerda foi eleita nessa etapa do pleito.

Para Hannah Maruci, doutora em Ciências Políticas pela USP e cofundadora d’A Tenda das Candidatas Instituto, o perfil ideológico da maioria das mulheres eleitas é resultado de vários fatores, dentre eles o maior financiamento político de partidos ligados à direita.

Ao todo, o PL geriu R$ 886 milhões nestas eleições municipais, provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o que representa 17,87% da verba do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

PSD

O Partido Social Democrático (PSD), legenda que elegeu o maior número de prefeitos no pleito municipal, avançou principalmente sobre redutos consolidados do PSDB, MDB e União Brasil, de acordo com levantamento do Estadão. A análise levou em conta as fusões e incorporações partidárias, além dos resultados das eleições municipais desde 2000.

Entre as 887 prefeituras conquistadas pelo PSD, 236 eram gerenciadas há 12 anos ou mais por uma daquelas três siglas. Proporcionalmente, 26,61% dos prefeitos vencedores pelo PSD em 2024 elegeram-se em municípios tradicionais do PSDB, MDB e União Brasil (neste caso, consideraram-se também DEM e PSL, legendas que formaram o partido em 2021).

O maior prejudicado entre as siglas foi o PSDB, que teve 102 trincheiras capturadas, em especial no interior de São Paulo, região de histórica atuação tucana. A “desidratação” partidária para a legenda presidida por Gilberto Kassab, entretanto, começou já após a eleição de 2020, quando prefeitos eleitos pelo PSDB migraram para o PSD visando disputar a reeleição com mais chances de vencer.

O presidente do PSDB, Marconi Perillo, afirmou que essa movimentação entre as duas siglas minou a atuação dos tucanos em São Paulo, mas sua avaliação do pleito ainda é positiva.

A estratégia do PSD de utilização da migração partidária é uma das técnicas mais efetivas de expansão eleitoral, segundo a coordenadora do Laboratório de Partidos, Eleições e Política Comparada Mayra Goulart. Ela disse que, para este ano, o PSD priorizou candidaturas mais plurais, que pudessem abarcar grande parte do eleitorado de centro-direita e centro-esquerda.

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