Terça-feira, 08 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 7 de abril de 2025
Estatística divulgada nessa segunda-feira (7) pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) aponta que seis de cada dez mortes por gripe no Rio Grande do Sul, ao longo dos últimos dois anos, tiveram como vítima uma pessoa idosa. Foram 304 óbitos de indivíduos com idade a partir dos 60 anos, para um total de 423 casos fatais associados à infecção pelo vírus influenza.
Esse perfil de vulnerabilidade tem servido de base para sua inclusão entre os segmentos populacionais considerados prioritários pelo Ministério da Saúde na vacinação contra a doença. A imunização está disponível desde essa segunda-feira (7).
Só entre os gaúchos são mais de 2,3 milhões pertencentes a essa faixa etária. Os idosos também abrangem a maioria dos casos de hospitalização por Síndrome Respiratória Agudas Grave (SRAG) com teste positivo para gripe. “Das quase 3,4 mil internações ocorridas no Estado nos últimos dois anos, mais de 1,5 mil foram entre idosos, o que representa 46% do total”, ressalta a SES.
Em 2025 (com dados até o domingo, 6 de abril), esse panorama reproduz essa tendência. São 110 hospitalizações por agravamento em razão da infecção pela influenza, dos quais 46 foram entre idosos (42%). O Estado já acumul seis óbitos por gripe, sendo quatro deles na faixa dos 60 aos 79 anos.
Proteção
De acordo com os médicos, a imunização é a melhor estratégia de prevenção contra a influenza e possui capacidade de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus, reduzindo o agravamento da doença, as internações e o número de óbitos, por isso é recomendado que este público busque o quanto antes a vacinação.
A proteção é obtida, em média, após 15 dias da vacinação. E tende a durar seis meses a um ano. O pico máximo de anticorpos ocorre após quatro a seis semanas, embora em idosos os níveis de anticorpos possam ser menores, já que é natural uma queda com o tempo.
Esse é um dos motivos pelo qual a vacina deve ser aplicada anualmente, assim como a atualização das cepas que compõem a dose. As vacinas das campanhas atuais são trivalentes e protegem contra os tipos de vírus influenza A (de dois subtipos H1N1 e H3N2) e influenza B, que são os vírus de maior importância epidemiológica, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os idosos também são um grupo ao qual é destinada a vacinação contra a covid. As duas vacinas podem, inclusive, ser feitas na mesma oportunidade. O atual esquema para este público é de duas doses anuais, com seis meses de intervalo entre cada uma.
Baixa cobertura
A meta é vacinar 90% dos idosos. O índice, contudo, tem ficado abaixo do esperado no Rio Grand do Sul. No ano passado, apenas 52,5% dos indivíduos com 60 anos ou mais providenciaram a imunização contra a gripe – em 2023, esse índice havia sido de 61,7%.
Já no geral dos grupos (crianças, gestantes e idosos), o Estado teve nos últimos dois anos a obtenção de cobertura de 56,4% em 2023 e 52,3% em 2024.
Sintomas e prevenção
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocado pelo vírus da influenza, com grande potencial de transmissão. Os principais sintomas da gripe são: febre, dor de garganta, tosse, dor no corpo e dor de cabeça. Em idosos, quase sempre se apresentam febris, às vezes, sem outros sintomas, mas em geral, a temperatura não atinge níveis tão altos. A principal complicação são as pneumonias, desidratação e piora das doenças crônicas.
Além da vacinação, são medidas de prevenção a adoção de outras medidas de higiene e comportamentais, como:
– Lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel.
– Etiqueta respiratória (cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir com antebraço ou lenço descartável).
– Evitar contato próximo e desprotegido com pessoas que apresentem sintomas gripais.
– Manter os ambientes bem ventilados, com portas e janelas abertas.
– Evitar aglomerações e ambientes fechados.
(Marcello Campos)
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