Masculino, feminino, homossexual, bissexual, transexual, crossdressing e outros. São categorias que simplesmente não dão conta da variedade de identidades sexuais que implodem fronteiras de gênero em “De Gravata e Unha Vermelha”. Vencedor do prêmio Felix para filmes com temática LGBT no último Festival do Rio, o documentário assinado por Miriam Chnaiderman, psicanalista de formação, propicia uma escuta atenta e um olhar respeitoso a seus entrevistados — perto de 30.
Entre eles, há famosos como Ney Matogrosso, Laerte, Rogéria. Ou menos famosos, mas não menos contundentes, como a psicóloga Letícia Lanz ou Mel (da Banda Uó). Ou simplesmente anônimos. Cada um (ou uma), a seu modo, revela particularidades de seus percursos, geralmente marcados por conflitos, dores, impasses, vergonha e — eventualmente — conquistas. O personalíssimo estilista Dudu Bertholini, de barba, rabo de cavalo e vistosos caftans, assume fugir de estereótipos masculinos ou femininos em busca de “uma forma única de ser” e mostra sua versatilidade como âncora de algumas conversas.
Uma hábil montagem equilibra esta realização sóbria em que eventuais extravagâncias — e elas existem — correm por conta, risco, coragem e opção dos entrevistados. Um ótimo filme, que entra em cartaz nesta quinta-feira (4) no CineBancários.
Confira o trailer do filme:
