Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de abril de 2025
De olho nas eleições de 2026, o Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro, começa a veicular já no próximo mês uma série de inserções de propaganda partidária na TV e no rádio, além das redes sociais. As gravações têm início previsto para 19 de maio e começarão focadas no PL Mulher, ala feminina do partido que é comandada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
De acordo com dirigentes da legenda, a mensagem principal será o incentivo à participação de mulheres na política e a novas filiações. Parte das gravações já está sendo feita com deputadas, vereadoras e suplentes. A expectativa é que Michelle participe de um dos vídeos até a data de veiculação das inserções na TV e no rádio.
Nas últimas semanas, a ex-primeira-dama tem se dedicado aos cuidados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está internado em Brasília após passar por uma cirurgia que se fez necessária devido às sequelas da facada que sofreu em 2018.
Desde que assumiu o PL Mulher, no início de 2023, a principal tarefa de Michelle tem sido a de fortalecer candidaturas femininas da legenda. Como parte desse objetivo, fez um giro por diversas regiões do País e intensificou a atuação da ala nas eleições municipais de 2024.
Cota de gênero
A meta da sigla de consolidar boas lideranças femininas se dá, ainda, pela preocupação com o cumprimento da chamada cota de gênero. A legislação eleitoral determina que os partidos são obrigados a ter pelo menos 30% de mulheres concorrendo nas eleições proporcionais – ou seja, para vagas na Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas (Câmara Legislativa, no caso do Distrito Federal), e Câmaras Municipais – e, com isso, destinar ao menos 30% dos recursos do Fundo Eleitoral reservada à sigla a essas candidaturas.
Em entrevista à revista Veja em julho do ano passado, o presidente do PL Valdemar Costa Neto falou sobre a dificuldade de preencher esse percentual, e defendeu a atuação do PL Mulher na construção de candidaturas qualificadas.
“Ainda temos dificuldade para gastar esse percentual. Falta candidatura de mulheres que tenham voto qualificado. Não posso dar R$ 50 mil para uma candidata que vá fazer dois votos. Ou seja, não tem como eu destinar os recursos para determinada cidade e dizer que 30% precisa ser gasto com candidaturas femininas. Porque aí o dirigente se vê na obrigação de gastar aquele percentual de 30% e acaba tendo que dar para candidatas a vereadoras que não têm voto”, disse, citando o exemplo da corrida eleitoral municipal.
Pesquisas
O PL também tem apostado no protagonismo de Michelle Bolsonaro pelos resultados das últimas pesquisas eleitorais, que mostram a alta popularidade e o forte cacife eleitoral da ex-primeira-dama, que é inclusive cotada como presidenciável em caso da confirmação da inelegibilidade de Bolsonaro.
Sondagem Futura Inteligência divulgada em 26 de março aponta que o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva perderia em um eventual segundo turno na eleição de 2026 tanto para Bolsonaro quanto para Michelle.
O ex-presidente, no entanto, já sinalizou que vetaria uma candidatura da mulher para um cargo no Executivo – como Presidência ou governo estadual. Para ele, Michelle deveria disputar uma vaga ao Senado – a opção mais provável é pelo Distrito Federal. (Com informações da revista Veja)