As secretarias estaduais não serão distribuídas em cestas de pesos semelhantes, agraciando e satisfazendo apetites entre partidos.
Primeiro, o governador eleito Eduardo Leite pretende saber se receberá o cofre da Secretaria da Fazenda apenas quebrado ou super quebrado.
O primeiro cenário é irreversível: o déficit previsto no orçamento de 2019 atingirá 7,2 bilhões de reais. O segundo cenário, do cofre super quebrado, depende de votações.
Decisões de alto risco
Antes do recesso, a Assembleia Legislativa decidirá sobre projetos que podem aumentar o rombo. O primeiro estende por mais dois anos o aumento de alíquotas do ICMS. Sem isso, a situação ficará insustentável. O segundo projeto autoriza o pagamento de remunerações que deixaram de ser cumpridas entre 1994 e 1999. O valor total se aproxima de 1 bilhão de reais. A assessoria de Leite não discute a legalidade do que o Estado deve, mas a oportunidade da cobrança.
Sem dinheiro
Para os hospitais, o governo do Estado deixou de repassar 600 milhões de reais porque não há dinheiro. A isso, somam-se atrasos, há 35 meses, nos salários dos funcionários do Poder Executivo. Vai longe a lista dos que esperam pagamentos, incluindo fornecedores de produtos e prestadores de serviços.
Para não ter surpresas
Leite vai esperar o final das votações no plenário da Assembleia para saber com quem poderá contar e depois distribuir os cargos.
Proposta de suspender
O deputado Frederico Antunes obteve apoio da bancada do PP e pediu, na última reunião da Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia, que os salários dos parlamentares não sejam beneficiados agora com reajuste. “Não é demagogia, mas compreensão do momento. Como pagar se o Tesouro do Estado não tem recursos?”, perguntou.
Será um dos temas centrais desta semana.
Mais um tiro
Preso há mais de dois anos pela Lava-Jato em Curitiba, Antônio Palocci reabre o arsenal, acusando Lula de interferir em fundos de pensão.
Há exatos dois anos e três meses, Palocci foi preso por ordem do juiz Sérgio Moro. Hoje, completa-se um ano e três meses da sua desfiliação do PT.
Distante do objetivo
O ensino no Brasil revela duas circunstâncias: as escolas se contentam em cumprir carga horária mínima e os testes de avaliação dos alunos exigem cada vez menos. O resultado é a espantosa deficiência nas provas nacionais de aferição.
Há outro caminho?
O Ministério da Educação deverá se debruçar em torno de problemas muito evidentes. A fórmula para resolver exige compromisso mais forte com o aprendizado. Não há outro modo de tirar grande parcela dos jovens do obscurantismo.
Política & ensino
Pelas redes sociais, desdobra-se um debate sobre o futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrígues, a quem o PT acusa de ser “um fundamentalista”. O deputado federal Osmar Terra, do MDB, rebate: “Hoje, nas universidades, existem livros com viés político-ideológico tão fundamentalista comparável a um zelo religioso”.
A briga recém começa.
Nada mudou
O Banco Mundial divulgou relatório a 26 de novembro do ano passado, concluindo: “O Brasil gasta muito e gasta mal, gerando dessa forma um desequilíbrio nas contas públicas que, a persistir, conduzirá o País rapidamente a uma situação insustentável. As despesas além da conta são ineficientes e socialmente injustas.”
Poder de atração
Bancadas na Câmara Municipal de Porto Alegre que ficam indóceis porque há cargos em comissão ainda abertos no quadro do Executivo. Nomear é apenas questão de abastecer de tinta a caneta.
É sempre assim
A 1º de janeiro de 2019, quando os atuais governadores passarem os cargos, a frase vai ecoar de Norte a Sul, de Leste a Oeste: “Aos sucessores, as dívidas”.