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De quem o Brasil importa mais fertilizantes? Rússia lidera; veja ranking

Em 2021, os produtores brasileiros compraram 41,6 milhões de toneladas, somando US$ 15,1 bilhões. (Foto: Divulgação)

Uma das preocupações do Brasil em relação à guerra entre a Rússia e a Ucrânia é que o primeiro país europeu é o principal fornecedor de fertilizantes para a agricultura brasileira. Contudo, ele não é o único, ainda que participe com uma parcela expressiva do insumo.

Em 2021, os produtores brasileiros compraram 41,6 milhões de toneladas, somando US$ 15,1 bilhões, segundo o levantamento do Comex Stat, do Ministério da Economia.

Veja a seguir o ranking de fornecedores de adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos) ao Brasil em 2021, de acordo com o Comex Stat:

– Rússia – 23%;

– China – 14%;

– Marrocos – 11%;

– Canadá – 9,8%;

– Estados Unidos – 5,6%;

– Catar – 4,6%;

– Belarus – 3,4%;

– Omã – 3,2%;

– Arábia Saudita – 3,1%;

– Argélia – 2,9%;

– Alemanha – 2,8%;

– Nigéria e Israel – 2,6%;

– Egito – 1,9%;

– Países Baixos – 1,5%;

– Noruega – 0,92%;

– Jordânia – 0,71%;

– Finlândia – 0,63%;

– Bélgica – 0,92%;

– Chile – 0,64%;

– Espanha – 0,60%;

– Turcomenistão – 0,55%;

– Irã – 0,38%;

– Venezuela – 0,34%;

– Emirados Árabes Unidos – 0,33%;

– Lituânia e Azerbaijão – 0,30%;

– Bolívia – 0,25%;

– Austrália – 0,24%;

– Barein – 0,23%;

– Reino Unido – 0,20%;

– Polônia e Coveite – 0,16%;

– México – 0,15%;

– Itália, Coréia do Sul, Tunísia e Líbano – 0,12%;

– Turquia – 0,089%;

– Trindade e Tobago – 0,088%;

– Colômbia – 0,064%;

– Senegal – 0,063%;

– Líbia – 0,040%;

– Geórgia – 0,036%;

– Irlanda – 0,027%;

– Guatemala – 0,022%;

– Argentina – 0,021%;

– França – 0,017%;

– Suécia – 0,010%;

– Portugal – 0,0093%;

– Paraguai – 0,0084%;

– Uruguai – 0,0078%;

– Indonésia – 0,0075%;

– Singapura – 0,0062%;

– República Tcheca – 0,0053%;

– Eslováquia – 0,0025%;

– Sérvia – 0,0020%;

– Polinésia Francesa – 0,000068%;

– República Dominicana – 0,000036%;

– Índia – 0,000022%;

– Ucrânia – 0,0000034%.

Apesar de grande exportadora de commodities agrícolas – como grãos, tal qual a soja –, 70% da matéria-prima dos fertilizantes usados nos plantios vêm do exterior, aponta a consultoria Cogo.

Isso faz com que o Brasil seja o único dos grandes polos agrícolas que tem dependência da importação, apontou Carlos Cogo, sócio-diretor da consultoria, em entrevista ao g1 em novembro de 2021.

Na época da entrevista, o Brasil já enfrentava dificuldades para conseguir fertilizantes e agrotóxicos devido à crise energética em países fornecedores, como a China, além da Rússia.

Existem duas razões para o Brasil depender de outros países, segundo o professor Carlos Eduardo Vian da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP): ele não possui a matéria-prima; e quando possui, simplesmente não a utiliza para esse fim.

Os fertilizantes químicos são uma ferramenta usada pelos agricultores para aumentar a produtividade do solo.

“Talvez um cidadão comum urbano tenha uma imagem de que é só plantar, que tudo dá no Brasil. Isso não é verdade. Os nossos solos são, em grande parte, pobres em nutrição e a gente precisa corrigir a capacidade nutricional para ter produtividade”, diz Fábio Mizumoto, coordenador do MBA de agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No caso dos fertilizantes, o Brasil tem o gás para obter os nitrogenados, por exemplo, mas não tem infraestrutura para o seu escoamento nas plataformas marítimas, perdendo parte expressiva do insumo.

É do gás que sai o elemento químico necessário para obter os fertilizantes. O caso citado se trata da categoria dos nitrogenados, que são muito usados na cultura de milho. Deste tipo, 20% da importação vêm da Rússia, segundo dados do Itaú BBA.

O Brasil tem apenas duas rotas de escoamento marítimo em funcionamento e algumas outras terrestres que levam aos centros de distribuição, disse Adriano Pires, sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), à jornalista.

O Brasil possui apenas 40 mil km de dutos para escoar o gás. Os Estados Unidos, por exemplo, possui 400 mil km.

A Rússia seguiu um caminho diferente do Brasil na produção. Ela se desenvolveu como exportadora de commodity e também como potência energética na obtenção dos gases para os fertilizantes.

“Adubo é uma coisa muito simples. Eles são misturadores, mas necessitam de grandes quantidades de energia, transporte e armazenamento desses produtos”, explica o professor Vian. As informações são do portal de notícias G1.

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