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De quem são as ilhas no Brasil? Saiba se é possível comprar uma

Ilha paradisíaca em Ubatuba, no Litoral Norte de SP, vai a leilão por R$ 11,5 milhões. (Foto: Reprodução de TV)

Na última semana duas ilhas no Litoral Norte de São Paulo viraram destaque: a Ilha da Almada, em Ubatuba, por estar sendo leiloada por R$11,5 milhões e a Ilha das Cabras, em Ilhabela, que voltou a ser patrimônio público após 30 anos de disputa judicial.

No caso da ilha em Ubatuba, o leilão foi determinado pela Justiça por dívidas deixadas pelo antigo dono. Já em Ilhabela, o local foi transformado ilegalmente em um refúgio de luxo de um ex-senador. Cenários diferentes, mas que acenderam o debate sobre como funciona a legislação das ilhas.

Afinal, a quem pertencem as ilhas brasileiras? Como se coloca uma ilha à venda? É permitido explorar uma ilha? Quem compra uma ilha se torna dono dela para sempre?

A quem pertencem?

Todas as ilhas marítimas brasileiras pertencem à União Federal, que basicamente é o governo brasileiro, com exceção daquelas que ficam em áreas de município – como é o caso de Ilhabela.

No caso da Ilha da Almada, a propriedade pertence ao governo, mas quem tinha a licença para uso do local e que construiu a mansão foi um empresário de São Paulo. Até 2015, um caseiro contratado pela família do empresário era o único morador da ilha, sendo pago para fazer as manutenções e cuidar do espaço.

Pode vender?

Sim, mas o comprador não será dono dela. Ilhas marítimas podem ser alvo de cessão de uso onerosa ou outro instrumento jurídico que possibilite a utilização do imóvel público por uma pessoa, como regime de ocupação.

Como funciona?

Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) de SP, José Augusto Viana Neto, geralmente as negociações por uma ilha marítima são feitas por meio de uma cessão onerosa ou por concorrência pública.

No caso da cessão onerosa, o comprador paga o valor estipulado e em troca recebe uma espécie de licença para poder usufruir da ilha. Ela costuma ser voltada a pessoas físicas, que queiram usar a área apenas para morar ou preservar a propriedade. Esse é o caso da Ilha da Almada, em Ubatuba, que está sendo leiloada por meio de uma cessão onerosa.

Já a concorrência pública – que é um tipo de licitação – funciona basicamente como um contrato, no qual é estipulado o que a pessoa ou empresa pode fazer na ilha, por quanto tempo, o que não pode ser feito, se o contrato pode ser renovado etc. No instrumento, são definidas todas as regras e o valor que o comprador deve fazer para usufruir da ilha.

Restrições

Não. Há restrições de uso, principalmente em relação às questões ambientais.

Perder o direito

O comprador pode perder o direito sobre a ilha caso não cumpra as regras da cessão, especialmente em relação a três pontos: inadimplência, descumprimento das restrições ambientais ou em casos de guerra.

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