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Colunistas De teimosia e erros

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O inferno astral do presidente Lula e do seu governo tem causas externas, mas o predomínio é de razões internas, de sua própria lavra e culpa. Vejam a escolha de Gleisi Hoffmann para ministra das Relações Institucionais.

O cargo exige um perfil exatamente inverso. Se é para diminuir distâncias e administrar diferenças, está mais para um personagem low-profile, conciliador, estimado pelos pares, incluindo aí os adversários. Não é tarefa para personagens aguerridos, que têm respostas prontas (e duras) para qualquer coisa que possa soar como crítica ou impertinência.

Ou seja, tudo o que Gleisi Hoffmann não é. Então, dentro de uma lógica elementar, tudo concorre para que ela, no novo cargo, além das dificuldades normais, agravará áreas de conflito, que se adensam quando tratadas por personalidades algo sectárias, aguerridas e voluntariosas.

O fato é que ao nomear Gleisi para as relações do governo com as bases parlamentares – e isso diz respeito ao terreno escorregadio das emendas e dos cargos – desafia as leis especiais que regem a feira das vaidades que é o Congresso. Com Gleisi o governo, além das encrencas pendentes, se acresce uma a mais.

Ademais, em nada melhorou as relações do governo com os evangélicos. O desgaste que era grande, se agravou desde o início do terceiro mandato, mas não por ações mais agudas ou contundentes de pastores e crentes contra o governo ou contra Lula.

A má vontade, cresceu sem nada que desse para identificar como uma causa especial. E brotou sem resistência, sem uma atenção especial ou resposta organizada que qualquer governo, com todo o seu aparato, poderia neutralizar. E sem que o presidente da República, com a sua conhecida lábia e capacidade de lidar com as massas e de mudar tendências tomasse qualquer providência.

Era o caso óbvio de uma ação sistemática de diálogo com as massas evangélicas, de reafirmação de princípios, pois é muito fácil demonstrar que o governo jamais causou algum incômodo às igrejas. A teoria de que o PT iria fechar igrejas e perseguir pastores e crentes era apenas uma velhacaria de campanha.

Outra desatenção inconcebível do governo do PT tem sido com as novas formas de trabalho no mundo contemporâneo. O PT só conhecia e tinha olhos para os chamados empregos formais, a velha carteira de trabalho. Os governos (em geral mas sobretudo os do PT) cobriram o emprego formal de taxas e obrigações, tornando o seu custo proibitivo. O mercado – que sabe fazer contas – buscou e encontrou alternativas para a disfuncionalidade.

O PT não quis ver, preferiu desfazer e criticar milhões de trabalhadores insatisfeitos com a intermediação danosa dos aparatos sindicais, com as limitações da carteira assinada, e descobriram os aplicativos. Não se viam como os “oprimidos” das cartilhas de esquerda. Queriam espaço para empreender e prosperar – ficar ricos quem sabe. O PT está atrasado uma década nessa discussão.

E assim, de erro em erro, de teimosia em teimosia, reagindo na epiderme às lições do senso comum e da modernidade, o governo Lula desaba em popularidade, e vai abrindo caminho de forma melancólica para um novo governo de direita em 2026.

(titoguarniere@terra.com.br)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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