O primeiro debate entre Donald Trump e Kamala Harris, realizado na noite de terça-feira (10) na Filadélfia (EUA), foi marcado por trocas de acusações em temas centrais da corrida à Casa Branca e pelo tom mais assertivo da democrata, que abordou temas como imigração e economia.
Enfática e expressiva, Kamala investiu em ataques a Trump e procurou se desassociar de Joe Biden, ao mesmo tempo em que defendeu o governo do atual presidente. Com oratória segura, ela também evocou seu passado como procuradora-geral, deixando de lado dúvidas sobre se conseguiria lidar com as acusações de Trump.
Segundo levantamento do jornal The New York Times, Trump passou a maior parte do debate, de pouco mais de 90 minutos, se defendendo de ataques da adversária, ao contrário do enfrentamento que teve em junho contra Biden. Na ocasião, o republicano foi quem mais fez ataques.
Trump, que começou o debate repetindo o tom mais calmo que adotou no cara a cara contra Biden, também foi optando por falas mais agressivas ao longo do enfrentamento em reação a provocações constantes da adversária.
Ele tentou atrelar a democrata a Biden, buscando tirar proveito do mau desempenho do presidente no debate entre ambos. “Ela é Biden. Ela está querendo se afastar de Biden, mas ela é Biden”, disse.
“Claramente, eu não sou Biden, e certamente não sou Donald Trump. Estou querendo oferecer uma nova geração de líderes aos americanos”, retrucou Kamala. “Deixe eu te lembrar que você não está concorrendo com o Joe Biden. Você está concorrendo comigo”, prosseguiu.
A atual vice-presidente dos EUA disse ter passado os quatro últimos anos “limpando a bagunça de Donald Trump”. Ela o acusou de deixar o governo com altas taxas de desemprego e com uma política externa desastrosa, além de ter criticado sua gestão da pandemia.
O ex-presidente acusou a adversária de “querer fazer operações transgênero pelo país”, chamou-a de “marxista” e disse que os EUA se tornarão “uma Venezuela com anabolizante” caso a democrata vença as eleições. Ele também a acusou de ter um plano para “confiscar as armas de todo mundo”, o que a democrata não só negou como retrucou, dizendo que ela própria e seu candidato a vice, Tim Walz, têm armas.