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Colunistas Debates eleitorais na TV

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(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Começou a temporada dos debates nas eleições municipais. É ruim de dizer, mas os embates dos candidatos na televisão são de dar pena, principalmente dos ouvintes e telespectadores.

Já não servem para nada. É cada vez menor o número de eleitores que decidem o voto pelo que ouvem no rádio e na televisão. Para começo, talvez 70 por cento do eleitorado brasileiro já está com posição tomada e definida, e nada tem a ver com o destino da cidade: o que conta agora é a facção a que pertence o eleitor, o bolsonarismo e o lulopetismo.

Significa que os candidatos, antes de pensar o que vão dizer na tevê, antes de um programa de governo, querem saber em que campo vão atuar, o da direita ou da esquerda (no que ainda resta de útil nesses conceitos). Os assuntos da polis, da cidade, da comunidade municipal, são tocados de forma superficial. De longe dá para notar que suas excelências adoram clichês, declarações rasas, têm opção preferencial por platitudes e abobrinhas – conhecer os problemas da cidade, apresentar planos, isso não dá voto.

Também não é preciso alegar experiência administrativa, ou revelar espírito público. O melhor exemplo disso é a lista de candidatos a prefeito da maior cidade do país, São Paulo. A experiência de Boulos é a invasão e a ocupação de prédios públicos e privados. Datena, é especialista em desistências da própria candidatura e em passagens fugazes nas mais variadas siglas partidárias – o desembarque da vez agora é do PSDB. A Ricardo Nunes falta empatia e carisma, e sobra oportunismo, como no esforço que fez para obter o apoio de Bolsonaro. E Tabata? Pobre Tabata, parece uma ovelha desgarrada no meio da alcateia.

E quando você vai conferir quem se saiu bem no debate segundo as pesquisas, descobre , atônito, que Pablo Marçal foi considerado o melhor pelo distinto público. Logo ele que é o mais desqualificado de todos, ele em que todo gesto é de (mau) teatro, a palavra ensaiada, tem por função apenas demolir o oponente e causar impacto capaz de atrair os incautos. Vejam então que o baixo nível não começa nos candidatos, mas vem de fora, do universo de eleitores.

A política se degradou além da conta. Representantes eleitos, governantes, candidatos, dirigentes partidários, todos navegam em águas escuras, transitam em becos lamacentos, a todos falta um pouco, que fosse só um pouco, de lucidez, de coerência, de graça e cultura, a começar pelo uso tortuoso da linguagem e do idioma, ou pela estridência de voz – partem do princípio de que falar mais alto é uma virtude a ser explorada. O troféu vai para quem é capaz de formular a baixaria mais abjeta e vulgar.

E no entanto navegar é preciso. Com toda degradação da política e da vida pública, ainda assim a eleição livre e limpa ainda é a melhor forma de escolha de representantes e governantes. Lamenta-se a eternidade de tempo que isso demora para se chegar a bom termo e aos melhores. E ainda temos que engolir os percalços de um personagem como Bolsonaro, que transformou tudo o que já estava ruim em muito pior. Na política, nada se segue mais freneticamente do que os maus exemplos – eles se espalham como fogo morro acima e água morro abaixo.

(titoguarniere@terra.com.br)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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