Um relatório elaborado por cientistas de todo o mundo aponta que a década de 2010 a 2019 foi a mais quente da história no planeta Terra e que o ano passado esteve entre os três mais quentes já registrados desde o século 19.
Os dados referentes aos últimos dez anos seguem a tendência histórica: desde a década de 1980, cada período de dez anos que veio depois foi mais quente do que a década anterior. O período entre 2010 e 2019 foi 0,2ºC mais quente do que a década entre 2000 e 2009.
Além disso, segundo os cientistas, apenas os anos de 2015 e 2016 foram mais quentes do que 2019. Depois de 2013, todos os anos subsequentes foram mais quentes do que os anteriores, desde meados do século 19.
Publicado anualmente, essa é a trigésima edição do relatório “State of the Climate”, que teve a contribuição de 528 autores e editores de 61 países. A série histórica mostra, ano a ano, as consequências das mudanças climáticas na Terra.
Veja alguns destaques do estudo
- Julho de 2019 foi o mês mais quente da história terrestre.
- A Austrália teve um novo recorde nacional de temperatura média máxima registrada em um dia: 41,9°C, no dia 18 de dezembro – quebrando o recorde anterior, estabelecido em 2013, que era de 40,3ºC.
- Pela primeira vez, as temperaturas diárias ultrapassaram os 40ºC na Bélgica e na Holanda.
- A Índia teve as chuvas de monções mais pesadas desde 1995.
- O furacão Idai foi o mais mortal da bacia do Sul do Oceano Índico, com mais de 1,2 mil mortes em Moçambique, Zimbábue, Malaui e Madagascar. A tempestade também foi a que causou mais prejuízos financeiros na região, com danos de pelo menos US$ 2,2 bilhões (quase R$ 12 bilhões).
- A extensão e a magnitude da perda de gelo na Groenlândia chegou perto dos níveis de 2012, ano que marcou o recorde na perda de gelo.
- No ano passado, o nível médio global do mar atingiu um novo recorde pelo 8º ano consecutivo, ficando a 87,6 mm acima da média de 1993, quando as medições de satélite começaram. O aumento médio desde 2018 é de 6,1 mm por ano.
- Também houve recorde no conteúdo de calor do oceano medido a 700 m de profundidade, e a temperatura média global da superfície do mar foi a segunda mais alta já registrada, superada apenas por 2016, ano recorde por causa do El Niño.