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Política Decisão de Alexandre de Moraes de soltar o coronel Mauro Cid ocorreu uma semana após depoimento ao FBI

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Acusação tem como base um documento encontrado pela Polícia Federal no celular do tenente-coronel Mauro Cid. (Foto: Câmara dos Deputados)

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de conceder liberdade ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, se deu exatamente uma semana após depoimento do militar do Exército ao FBI.

Cid foi preso pela segunda vez em março deste ano, depois de a revista Veja publicar uma reportagem baseada em áudios do tenente-coronel contra Moraes a Polícia Federal. Na ocasião, ele havia dito a um interlocutor que havia sido coagido a assinar um acordo de delação premiada. A defesa de Cid negou o fato.

No dia 26 de abril, Mauro Cid prestou depoimento de pouco mais de 2 horas a autoridades do Federal Bureau of Investigation (FBI), que assinou um acordo de cooperação com a Polícia Federal. O objetivo é investigar a atuação de Cid e Bolsonaro no caso das joias.

Agentes da PF chegaram a ir aos Estados Unidos para colher provas sobre a suspeita de que Bolsonaro teria mandado vender relógios que foram dados de presente ao governo brasileiro pelo governo da Arábia Saudita durante seu mandato. Ao menos um relógio foi vendido e recomprado, em seguida, pelo advogado de Bolsonaro, Frederick Wasseff.

Na decisão de soltura, Moraes manteve integralmente o conteúdo da delação premiada de Mauro Cid. Ele também determinou que as seguintes medidas cautelares contra o militar:

* uso de tornozeleira eletrônica; limitação para sair de casa aos finais de semana e à noite;
* afastamento das funções no Exército;
* apresentação em 48 horas à comarca de origem e, posteriormente, de forma semanal às segundas-feiras; proibição de sair do país e entrega do passaporte em 5 dias;
* suspensão de porte de arma e de registro CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador);
* proibição de uso das redes sociais; proibição de se comunicar com demais investigados no caso, com exceção para a mulher, seu pai e sua filha.

Áudios vazados

Cid considera que “pisou na bola” em relação aos áudios vazados em que afirma ter sido coagido a delatar seu ex-chefe. É o que disse o advogado Cezar Bittencourt na última sexta-feira (3). Na gravação, o militar também critica o ministro Moraes, que, segundo ele, teria “poderes absolutos”.

Os áudios foram peças-chave para a 2ª prisão do ex-ajudante de Bolsonaro, em março deste ano. Cid foi detido depois de depor no STF sobre as gravações. Ele foi solto na sexta. Foi preso por descumprimento de medidas cautelares e obstrução à Justiça.

A defesa de Cid também afirma que o militar saiu da lista de promoções do Exército a pedido próprio. Segundo o advogado, o tenente-coronel quer estar apto para a promoção só depois de finalizadas as investigações da PF (Polícia Federal).

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