Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de outubro de 2022
O psicólogo Jorge Zacarias, 63 anos, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele é suspeito de estuprar 13 mulheres durante sessão de terapia em Fátima do Sul (MS). De acordo com depoimentos das vítimas, elas vítimas eram hipnotizadas e depois sofriam abuso sexual.
Zacarias era registrado no Conselho Regional de Psicologia do Estado e atendia justamente mulheres vítimas de violência doméstica e que, sem condições financeiras para tratamento psicológico particular, eram encaminhas para centros de referência de assistência à mulher, via prefeitura, onde ele era servidor.
Ele estava preso de forma temporária desde o dia 13 de setembro. Com o inquérito encerrado, foi indiciado por estupro qualificado, violação sexual mediante fraude e injúria qualificada. A defesa do investigado informou que ainda não teve acesso à íntegra do processo e que, por esse motivo, não se manifestará por enquanto.
“Os danos e traumas psíquicos, causados a essas vítimas são imensuráveis. Entendo que o mínimo que pode ser feito é fazer com que o psicólogo arque com indenizações para cada uma das vítimas, a fim de que possam de fato, contar com tratamentos psicológicos e psiquiátricos sérios que visem amenizar os traumas sofridos ”, frisou a delegada responsável pelo caso.
Vítimas hipnotizadas
Os supostos casos vieram à tona depois que uma adolescente de 15 anos procurou as autoridades, acompanhada dos pais, para denunciar ter sido estuprada durante sessão de terapia. Em seu depoimento, o suspeito ficou em silêncio.
Conforme a delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de Fátima do Sul, Gabriela Vanoni, a Polícia Civil descobriu que o suspeito já havia sido denunciado, em 2013, pelo mesmo tipo de crime, em Dourados (MS). Chegou a ser declarado culpado por estupro, em primeira instância, mas absolvido em decisão de segundo grau.
“Ficou nítido que ele cometia esses crimes, inclusive existe indícios de que exista outras vítimas que, pela delicadeza do caso, a vítima não comparece até a delegacia para denunciar”, declarou a delegada. Em suas manifestações, ele tem feito um apelo outras pessoas que possam ter sido abusadas apresentem denúncia.
Relato
A adolescente relatou que, durante a consulta, o psicólogo praticou atos libidinosos. Passar a mão nas pernas dela, fez sentar em seu colo, apertou suas nádegas e abordou assuntos de cunho sexual que não são tratados numa consulta”, diz a delegada.
Ainda segundo a garota, Zacarias utilizava a hipnose para ludibriar as vítimas. “Ele enganava, mandava fechar os olhos, fazia uma espécie de hipnose, de meditação, enquanto passava a mão no meu corpo, inclusive em partes íntimas.”
Diversas vítimas disseram ter ficado confusas e sem consciência do que realmente estava acontecendo porque o psicólogo dizia que o ato fazia parte do tratamento, o que as levou a continuar com as sessões de hipnose, possibilitando a continuidade do crime.
Uma delas relatou que não conseguia se mover, por isso o ato foi enquadrado como estupro de vulnerável, pela impossibilidade de resistência. Nessa ocasião, o psicólogo teria se masturbado e ejaculado nela.