Quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2025
A equipe de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o vazamento de parte da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente. Em nota divulgada à imprensa, os advogados Paulo Cunha Bueno, Daniel Tesser e Celso Vilardi destacaram que, apesar do que chamaram de “vazamentos seletivos”, a defesa não tem acesso à íntegra da colaboração.
No domingo, o colunista Elio Gaspari revelou que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro fez mais de dez depoimentos, e cita o primeiro feito pelo ex-ajudante, em agosto de 2023, com seis páginas e mais de 20 mencionadas. Neste, Cid detalhou os grupos que atuavam no entorno do ex-presidente após a derrota nas eleições de 2022, parte deles envolvidos na tentativa de ruptura da ordem democrática.
O ex-ajudante relatou que Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, e Eduardo Bolsonaro, filho de Bolsonaro e deputado federal, integravam a ala mais radical do grupo mais próximo ao então chefe do Executivo.
“Investigações ‘semissecretas’ — em que às defesas é dado acesso seletivo de informações, impedindo o contexto total dos elementos de prova —, são incompatíveis com o Estado Democrático de Direito, que nosso ordenamento busca preservar”, afirmaram os advogados no comunicado divulgado na tarde deste domingo. Ainda no documento, a defesa afirma que os vazamentos prejudicam o direito do ex-presidente à ampla defesa.
Outro nome citado como integrante da ala radical foi o senador Jorge Seif (PL-SC). O parlamentar afirmou que as menções a ele na delação são “falaciosas, absurdas e mentirosas” e vai ingressar com “medidas jurídicas cabíveis” em relação ao vazamento do depoimento. “Jamais ouvi, abordei ou insinuei nada sobre o suposto golpe com o presidente da República nem com quaisquer dos citados na delação vazada”, escreveu o parlamentar em suas redes sociais.
Em novembro de 2024, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente e outras 39 pessoas pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. De acordo com a PF, foi identificada uma “organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder.” As informações são do jornal O Globo.