Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 29 de novembro de 2017
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou contrária ao uso de depoimentos já prestados por 13 delatores da Operação Lava-Jato em outros processos e quer que todos sejam ouvidos novamente na ação sobre o sítio de Atibaia. O juiz Sérgio Moro havia pedido que defesa e MPF (Ministério Público Federal) se manifestassem quanto ao uso de depoimentos anteriores dos delatores. As informações são do jornal O Globo.
A defesa do ex-presidente quer que falem novamente os empresários Augusto Mendonça (Setal) e Ricardo Pessoa (UTC); os políticos Delcídio do Amaral e Pedro Corrêa; os ex-executivos da Petrobras Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Pedro Barusco; o doleiro Alberto Youssef, os operadores Fernando Soares e Milton Pascowitch e os ex-funcionários da Odebrecht Márcio Faria e Rogério Araújo. Listou ainda Dalton Avancini, ex-executivo da Camargo Corrêa.
Para o MPF, bastaria que quatro delatores prestassem novos depoimentos: Barusco, Cerveró, Ricardo Pessoa e Márcio Faria.
Os advogados de Lula afirmaram, em petição encaminhada a Moro, que não concordam com a utilização de prova emprestada de outras ações. Ressaltaram ainda que a ação sobre o sítio de Atibaia trata de fatos distintos e que, para o exercício da defesa, as testemunhas devem ser ouvidas especificamente sobre os fatos relacionados a este caso.
Na última segunda-feira, o engenheiro Emyr Diniz Costa Junior, um dos delatores da Odebrecht, entregou à Justiça Federal do Paraná uma planilha que relaciona gastos de R$ 700 mil que, segundo ele, teriam sido entregues a ele pelo departamento de propina da empreiteira em dinheiro vivo, para pagamento de materiais de construção usados na reforma do sítio. A planilha tem o título “Aquapolo”, que seria identificação do local onde o engenheiro trabalhava e recebeu o dinheiro. Até então, não havia prova de que os valores gastos no sítio tinham saído do departamento de propina da Odebrecht.
A defesa de Lula protestou e taxou a denúncia de delírio acusatório do MPF, pois a planilha apenas contém valores e não faz qualquer referência ao ex-presidente, apenas a um projeto da Odebrecht ligado à empresa Sabesp. “Não há qualquer conexão entre a planilha e o ex-Presidente Lula e o sítio de Atibaia”, afirmaram os advogados, que voltaram a dizer que Lula jamais foi proprietário do sítio ou recebeu valores ilícitos envolvendo a empreiteira e a Petrobras.
O ex-presidente Lula foi denunciado pelo MPF por corrupção e lavagem de dinheiro relacionadas ao sítio de Atibaia. Segundo os procuradores, o gasto de R$ 1,020 milhão com obras do sítio, para adequá-lo à família Lula, foram pagos de forma oculta pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Schahin.