Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2024
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres foi intimado a depor nesta quinta-feira (22) na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília. E, segundo a defesa de Torres, ele comparecerá e não ficará calado.
Além dele, outros investigados na suposta trama golpista foram intimados. Alguns deles, no mesmo dia.
“[Ele] responderá a todos os questionamentos da Polícia Federal”, escreveu a defesa de Torres. Ainda de acordo com o advogado do ex-ministro, Anderson Torres “reafirma, assim, sua disposição para cooperar com as investigações e esclarecer toda e qualquer dúvida que houver, pois é o maior interessado na apuração isenta dos fatos.”
A defesa informou também que o ex-ministro cumpre “rigorosamente” as medidas cautelares determinadas pela Justiça.
Torres foi preso no início do ano passado por suposta omissão nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023 — quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) , que também é investigado, foi marcado para o mesmo dia, mas a defesa de Bolsonaro pediu o adiamento sob a alegação de que não teve acesso à íntegra dos autos, inclusive de conversas registradas em decisão de operação sobre o tema.
Dois ex-assessores do ex-presidente, também foram intimados a prestar depoimento nesta quinta.
Em Brasília vão depor os seguintes investigados:
* Jair Bolsonaro
* General Augusto Heleno
* Anderson Gustavo Torres
* Marcelo Costa Câmara
* Mário Fernandes
* Tércio Arnaldo
* Almir Garnier
* Valdemar Costa Neto
* Paulo Sérgio Nogueira
* Cleverson Ney Magalhães
* Walter Souza Braga Netto
Investigação
A operação Tempus Veritatis foi deflagrada no último dia 8 de fevereiro e teve como alvos, além do ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentar dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desdobramento de inquéritos que tramitam no STF — o principal deles sendo o das milícias digitais —, a operação trabalha com a hipótese de que os alvos se dividiam em seis núcleos que agiam de forma simultânea e coordenada com objetivo de dar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Lula.
Parte da investigação envolve a realização de uma reunião ministerial em 15 de julho de 2022. Nela, Bolsonaro diz a ministros que eles não poderiam esperar o resultado da eleição para agir. Os advogados do presidente afirmam, no entanto, que ex-presidente nunca pensou em golpe.