Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de abril de 2017
Homologadas pelo ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal na terça-feira, as delações premiadas do marqueteiro João Santana e da mulher dele, Mônica Moura, deverão resultar em abertura de inquéritos para investigar os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef, o tesoureiro da campanha de reeleição da petista, Edinho Silva (atual prefeito de Araraquara), e ainda o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Eles e outros políticos, inclusive com prerrogativa de foro, foram delatados pelo casal à PGR (Procuradoria-Geral da República).
Santana e Mônica detalharam operações de caixa dois e pagamentos ilícitos envolvendo as campanhas eleitorais em que atuaram no Brasil e no exterior. Lula, Dilma e Mantega não ocupam mais função pública e perderam o privilégio de foro. Por isso, as investigações sobre os três, quando forem instauradas, ficarão sob a tutela do juiz Sergio Moro, titular dos inquéritos e ações relacionados à Petrobras na primeira instância da Justiça Federal do Paraná.
Já o procedimento para apurar supostos ilícitos relacionados a Edinho Silva ficará sob a competência do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. No entanto, a indicação para abertura dos inquéritos e os chamados fatiamentos – remessas às instâncias inferiores -, cabem ao procurador-geral da República Rodrigo Janot, que está em viagem oficial ao Japão e à Coreia do Sul. Por isso, a expectativa é que as medidas sejam tomadas somente nas próximas semanas.
Santana foi o marqueteiro das campanhas presidenciais vitoriosas de Lula, em 2006, e de Dilma em 2010 e em 2014. Em julho de 2016, o casal afirmou ao juiz Sergio Moro que os US$ 4,5 milhões recebidos do operador de propinas Zwi Skornicki era dinheiro destinado à campanha eleitoral de Dilma em 2010.
O advogado de Guido Mantega, Guilherme Batochio, disse que não poderia comentar delações premiadas a que não teve acesso. As defesas de Lula, Dilma e Edinho Silva não foram localizadas.