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Brasil Delator do PCC executado no Aeroporto de Guarulhos havia denunciado corrupção em duas delegacias e dois departamentos da Polícia paulista

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Execução de delator do PCC no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. (Foto: Reprodução/TV Globo)

A delação premiada de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, executado no Aeroporto Internacional de São Paulo na sexta-feira (8), cita como supostos corruptos policiais civis de dois departamentos importantes da Polícia Civil e de dois distritos policiais da Zona Leste da capital paulista.

Em sua colaboração, homologada pela Justiça, ele também entrega esquemas de lavagem de dinheiro da facção criminosa PCC.

No documento, obtido na íntegra pela reportagem, os setores da polícia mencionados são o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), dois dos mais relevantes da corporação. Já as delegacias citadas são o 24º DP (Ermelino Matarazzo) e o 30º DP (Tatuapé).

A informação foi revelada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” nessa terça-feira (12) e confirmada pela GloboNews e pelo G1.

Na delação, Gritzbach explica que o envolvimento do 30º DP e do 24º DP no caso se deu porque a equipe de um distrito foi transferida para outra delegacia, levando consigo os esquemas criminosos.

Segundo os promotores, as condutas dos policiais configuram, em tese, os crimes de concussão (extorsão cometida por agentes públicos), corrupção passiva, associação criminosa, entre outros.

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que os policiais civis citados na delação serão afastados, mas não detalhes sobre quem ou quantos são.

Derrite contou que, oito dias antes de ser executado, Gritzbach tinha sido ouvido pela Corregedoria da Polícia Civil sobre a denúncia de extorsão por parte de policiais civis e foi aberto um inquérito na Corregedoria.

Em março, Vinicius fechou o acordo de delação premiada com o MP com a promessa de entregar informações sobre o PCC e crimes cometidos por policiais.

Gritzbach acusou um delegado do DHPP de cobrar propina para não implicá-lo no assassinato de um comparsa do PCC que movimentava milhões de reais comprando e vendendo droga e armas para a facção.

Além disso, forneceu informações que levaram à prisão de dois policiais civis que trabalharam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).

Ainda segundo Derrite, dentro do veículo utilizado pelos suspeitos, foi encontrado um galão de gasolina, que, segundo a investigação, seria usado depois para atear fogo ao carro.

O material genético encontrado no carro também já foi coletado e passará por análise. A polícia busca por imagens de câmeras de segurança para refazer o trajeto do carro e, verificar se os suspeitos usaram um outro veículo para fugir. Segundo testemunhas, a informação é que eles fugiram a pé.

Bico de segurança

Em seus depoimentos à Corregedoria e ao DHPP, os policiais militares que faziam a escolta do delator contaram que o bico de segurança foi indicado por um tenente da PM.

No sábado (9), os PMs Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima foram afastados de suas funções até o final das investigações. Uma das linhas de investigação da Polícia Civil é que eles teriam falhado de forma proposital e indicado o momento em que ele desembarcava do aeroporto.

Em depoimento, Adolfo contou que foi convidado em 2023 pelo tenente Garcia, do 23° Batalhão Metropolitano, a prestar serviço de segurança particular para a família do empresário. Ele ainda disse que trabalhou na escolta pessoal durante aproximadamente dez meses e interrompeu a prestação de serviço, quando descobriu pelo noticiário que Gritzbach estava envolvido com a facção criminosa paulista.

Convidado novamente pelo tenente Garcia, Adolfo aceitou fazer um “serviço esporádico” de dois dias entre quinta (7) e sexta-feira (8) para buscar o delator do PCC e namorada no aeroporto, “em razão de sua precária condição financeira”.

À Corregedoria da PM, Jefferson também relatou que começou a trabalhar na escolta pessoal de Gritzbach — acusado de lavar dinheiro para o PCC proveniente do tráfico de drogas — por intermédio do tenente Garcia. Ainda disse que tinha a função de garantir a segurança do filho do empresário.

Durante o período trabalhado, Jefferson recebeu a informação de um possível envolvimento de Gritzbach com atividades ilícitas e de que não estaria mais sendo investigado, por isso continuou prestando serviço à família.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública não respondeu se o soldado Samuel e o tenente Garcia são investigados e se foram afastados de suas funções. As informações são do portal de notícias G1.

 

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