Uma delegação de adidos agrícolas e representantes das nove embaixadas ligados à agricultura iniciou uma missão pelo Rio Grande do Sul. Eles vão visitar as propriedades rurais que servem de referências na produção de alimentos sustentáveis. Um dos objetivos da visita é ampliar o potencial para parcerias futuras. O projeto AgroBrazil é realizado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e conta com o apoio do Sistema Farsul nesta edição.
O encontro envolve representantes da Austrália, Burkina Faso, Chile, China, Egito, França, Irã, Japão e Singapura. O economista-chefe do Sistema Farsul, Antonio da Luz, fez uma apresentação da contribuição do agronegócio à economia brasileira, sobretudo, à gaúcha, e reiterou a contribuição da produção brasileira ao comércio mundial de alimentos.
Durante o primeiro dia do encontro, o secretário de Governança e Gestão Estratégica do RS, Claudio Gastal, abordou as parcerias público-privadas e potenciais de investimento em infraestrutura no Rio Grande do Sul. A programação contempla visitas ao Porto de Rio Grande, Estância Santa Maria, em Bagé e Estância Gautambu, em Dom Pedrito para mostrar a qualidade produtiva de itens como soja, arroz, leite e vinho.
Potencialidades
“Estamos recebendo parceiros comerciais importantes, como a China, que demostra interesse em investir em infraestrutura, importadores como Egito e Irã, e outros que tem um potencial de receber nossos produtos, como Austrália, Singapura e Japão”, destacou o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira.
De acordo com a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, o programa aproxima as expectativas de quem compra e de quem produz. “O Brasil é muito grande e diverso e precisamos aprender a trabalhar estas diferenças a nosso favor. Existem vários modelos produtivos que atendem a todo tipo de demanda. Em determinados produtos, temos muita qualidade e já somos o estado da arte. O Rio Grande do Sul tem um grande potencial. Precisamos valorizar mais a genética bovina, os lácteos, a produção de frutas, o arroz. O Brasil cada vez mais se abre ao comércio e isso significa entrada de novos produtos, por isso é muito importante estar mais perto dos nossos compradores”, avaliou.
Delegações
O representante da delegação chinesa, Changqing Bai, país que é um dos principais parceiros comerciais do Brasil, citou os obstáculos para o Brasil, como a infraestrutura, que representa potencial para a China, que possui o capital e a expertise para investir neste tipo de empreendimento. Quanto à agricultura, revelou que há grande potencial no mercado de frutas, abrindo uma nova frente no comércio entre os dois países.
O representante do Irã, Mohsen Shahbazi, disse que o Irã é um grande comprador de produtos brasileiros, mas esse comércio muitas vezes passa por companhias internacionais e sua intenção é fazer uma aproximação com os produtores para fazer importações mais diretas. Milho, soja, carne, farelo de soja e manufaturados como ônibus e medicamentos estão na lista de interesse do país, que em contrapartida é conhecido pela fabricação de fertilizantes.
Sonia Ouedraogo, de Burkina Faso, explica que a agricultura do seu país é muito primária, com pouco maquinário. Para ela, a visita é uma oportunidade de conhecer tecnologias que possam ajudar o país a atingir novos níveis de desenvolvimento.