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Política Delegada da Polícia Federal pediu ao Supremo mais 30 dias para concluir o inquérito que apura se Bolsonaro interferiu na instituição

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"É responsabilidade de todos os entes da federação adotar medidas em benefício da população brasileira", diz nota do Supremo. (Foto: Dorivan Marinho/SCO/STF)

A delegada Christine Machado, da Polícia Federal (PF), pediu nesta sexta-feira (29) ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 30 dias para concluir o inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro interferiu na instituição.

Relator do inquérito no STF, o ministro Celso de Mello pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que se manifeste sobre o assunto.

O inquérito foi aberto pelo STF em abril, a pedido da Procuradoria-Geral  da República (PGR). Na ocasião, o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, anunciou a demissão do cargo afirmando que Bolsonaro interferiu na PF ao demitir o então diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, e ao cobrar a troca no comando da PF no Rio de Janeiro. Bolsonaro nega a acusação.

Desde que o inquérito foi aberto, diversas pessoas prestaram depoimento, entre as quais Moro, ministros do governo, delegados da PF e um empresário.

Há uma semana, se tornou público o conteúdo da gravação da reunião ministerial de 22 abril, que, segundo Moro comprova a tentativa de interferência de Bolsonaro.

Na reunião, Bolsonaro disse: “Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira”.

Segundo Moro, ao mencionar “segurança”, Bolsonaro se referiu à Superintendência da PF no Rio de Janeiro. O presidente, por sua vez, disse que se referia à segurança pessoal, cuja responsabilidade é do Gabinete de Segurança Institucional.

Inquérito

O inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal foi aberto há pouco mais de um mês, no dia 27 de abril, por decisão do ministro Celso de Mello.

Mello atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República, que solicitou as apurações horas depois da entrevista do ex-ministro Sérgio Moro, que relatou a atuação do presidente Bolsonaro em relação à corporação.

O primeiro a ser ouvido foi o próprio Moro, no dia 2 de maio. Neste depoimento, o ex-ministro citou como prova da interferência do presidente a reunião ministerial de 22 de abril, no Palácio do Planalto. O conteúdo da reunião acabou revelado no último dia 22 de maio.

A pedido da Procuradoria-Geral da República também foram ouvidos três ministros, uma deputada e policiais federais.

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