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Geral Delegado preso no Rio alugou mansão por 40 mil reais

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Mansão alugada em Mangaratiba pelo delegado. (Foto: Divulgação)

Dados encontrados em três dos 12 celulares do policial Maurício Demétrio Afonso Alves, apreendidos pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), revelaram um padrão de vida do investigado supostamente acima do salário que recebe como delegado da Polícia Civil, de cerca de R$ 28 mil. Segundo o MP-RJ, quando ele foi preso em 30 de junho deste ano, na Operação Carta do Corso, a esposa de Maurício, Verlaine da Costa Pereira Alves, tinha assinado um contrato de locação de uma mansão no Condomínio Portobello, em frente ao mar de Mangaratiba (RJ), no valor mensal de 40 mil reais, o dobro do aluguel de outro imóvel no mesmo local, que a família chegou a ocupar.

A nova casa dúplex tem cinco suítes, sala, varanda, churrasqueira, piscina, garagem coberta para três carros e deck privativo, além de amplo quintal. Em seu interior, há ainda cozinha mobiliada com utensílios domésticos modernos e mesa com quatorze cadeiras. Aliás, este cômodo dava acesso ao deck, com vista para as montanhas e o mar. Numa das suítes, havia hidromassagem dupla. A Secretaria de Polícia Civil já pediu à Justiça o compartilhamento das provas existentes no processo contra Demétrio para apurar se há ou não enriquecimento ilícito do delegado.

De acordo com o contrato, a entrada do imóvel estava prevista para o dia 23 de junho de 2021 e a saída para 22 de agosto, ou seja, dois meses. O valor por dois meses ficou em R$ 80 mil, pagos adiantados. Como ele foi preso uma semana depois da locação do novo imóvel, quase não aproveitou os benefícios da casa.

A esposa dele trabalhou na prefeitura do Rio de 30 de julho de 2019 até dezembro do ano passado, em cargo de confiança no governo do então prefeito Marcelo Crivella (PR). Verlaine era lotada na Companhia de Engenharia de Trânsito (Cet-Rio) e recebia salário de R$ 15.594,53, por mês.

Raphael Mattos, advogado de Maurício Demétrio, criticou o que classifica como “devassa” na vida do delegado e da mulher dele:

“O casal é proveniente de famílias de classe média alta. Verlaine é advogada militante e Maurício, além de seu emprego, há pouco tempo recebeu, de herança pelo falecimento de sua mãe, valores bens significativos, que atingem a marca de milhões, incluindo um apartamento no Leblon, que foi vendido.”

O policial foi acusado de comandar um esquema que exigia propina de lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, para permitir a venda de roupas falsificadas. Na ocasião, foram apreendidos na casa do delegado R$ 240 mil em dinheiro, celulares e três carros de luxo blindados. Maurício Demétrio responde pelos crimes de organização criminosa, obstrução de Justiça, concussão – que é a cobrança de propina – lavagem de dinheiro e violação do sigilo funcional.

A investigação contra Demétrio foi feita pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-RJ. Com a quebra do sigilo telefônico, veio à tona as viagens internacionais que o policial fez com a família, em classe executiva pagas em espécie. Também foram constatados, durante a investigação, hospedagens em hotéis de luxo, aluguel de mansões na Costa Verde do Rio e de carros de luxo no Brasil e no exterior, além de festas promovidas por ele.

Foi numa dessas viagens para fora do país que Demétrio teria contratado três detetives para vigiar e investigar, por oito dias, uma amante na Flórida. No contrato, encontrado num dos celulares do delegado, consta o pagamento de U$ 9.900 (em valores atuais, cerca de R$ 56 mil) para que a amante fosse monitorada 24 horas por dia. O acordo teria sido firmado com a Salazar Investigations em dezembro de 2019. A mulher teria tido a vida investigada entre os dias 3 e 8 daquele mês.

O documento foi assinado por Demétrio e Eduardo “Eddy” Salazar, dono da empresa. No contrato, o detetive declarou que o valor poderia sofrer acréscimos caso os detetives precisassem prosseguir nas buscas.

Durante as investigações, descobriu-se também que o delegado chegou a pagar a uma agência de detetives particulares americana para investigar a vida de sua amante, em Miami, nos Estados Unidos. Para manter seu estilo de vida, o delegado usava a máquina pública para investigar empresários, comerciantes e autoridades públicas, segundo o MP-RJ.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Polícia Civil informou que: “com relação especificamente à investigação de enriquecimento ilícito, a Corregedoria da Polícia Civil esclarece que já foi solicitado ao Juízo competente o compartilhamento de provas para instrução probatória do processo administrativo em andamento”. As informações são do jornal Extra.

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https://www.osul.com.br/delegado-preso-no-rio-alugou-mansao-por-40-mil-reais/ Delegado preso no Rio alugou mansão por 40 mil reais 2021-12-29
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