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Delegados da Polícia Federal x OAB: entidade repudia “intimidação” de colega que investigou hostilidades a ministro Alexandre de Moraes

Neste ano, foram mais de 60 operações realizadas pela PF até domingo (6), dia da votação do primeiro turno. (Foto: Reprodução)

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entraram em pé de guerra por causa da exposição de conversas do empresário Roberto Mantovani com seu advogado.

Os delegados federais reagiram a nota divulgada pela OAB pedindo a punição de Hiroshi de Araújo Sakaki pela inclusão de transcrições e prints dos diálogos em um dos relatórios da investigação

A iniciativa foi classificada como “inaceitável”. “Qualquer tentativa de pressionar a condução de investigações pode provocar prejuízos irreparáveis ao sistema de persecução penal e à própria democracia”, diz a nota.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal destacou que o documento não foi produzido por Sakaki e que ele não poderia “omitir qualquer dado ou informação”. “É dever do delegado de Polícia Federal acostar aos autos do inquérito policial todas as provas e elementos de informação coletados durante a investigação.”

Posição da OAB

No início da semana a OAB divulgou um comunicado pedindo que o delegado Hiroshi de Araújo Sakaki fosse punido pela inclusão de transcrições e prints dos diálogos em um dos relatórios da investigação do entrevero envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e sua família no aeroporto de Roma.

Para o presidente da OAB, Beto Simonetti, a ação do delegado representou uma violação “grave” das prerrogativas dos advogados e que o delegado deve responder por abuso de autoridade.

As conversas estão em um documento produzido em dezembro do ano passado e apresentado ao STF junto às conclusões da PF no inquérito. É um relatório da perícia feita nos celulares apreendidos com o empresário e sua família. A Polícia Federal dedica uma seção ao que chama de “tratativas de Roberto com seu advogado”. São 11 páginas que descrevem trocas de mensagens entre a família e o criminalista Ralph Tórtima Filho.

Fora dos autos

No relatório da perícia, a PF destaca que o advogado orientou a família a não falar com a imprensa e pediu um relato completo do entrevero no aeroporto, com a sugestão de que a descrição fosse enviada de outro celular.

Em outro trecho do documento, a Polícia Federal expõe o rascunho, enviado pelo advogado, das versões que deveriam ser dadas pela família em depoimento. A PF afirma que elas “vieram a ser declaradas por eles em sede policial”.

O ministro Dias Toffoli, relator do inquérito, determinou que todas as transcrições fossem excluídas dos autos.

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