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Por Redação O Sul | 6 de junho de 2017
A PF (Polícia Federal) quer encurralar o presidente Michel Temer a partir do caso de seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado (PMDB/PR), flagrado correndo por uma rua de São Paulo na noite de 28 de abril com uma mala estufada de propinas da JBS – 500 mil reais divididos em 10 mil notas de 50 reais.
“Vossa Excelência tomou conhecimento (antes da divulgação na imprensa) do recebimento, por Rodrigo da Rocha Loures, de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) do Grupo J & F Investimentos S/A, em São Paulo, em 28 de abril de 2017? O que tem a dizer sobre tal fato (ainda que tenha tomado conhecimento do mesmo pela imprensa)?”, questiona a PF.
Os investigadores estão convencidos de que Loures – preso desde sábado (3), na Superintendência da PF em Brasília – era o “interlocutor” do presidente para assuntos do interesse da JBS.
Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ex-deputado tinha um papel mais importante, “era homem de total confiança, o verdadeiro longa manus de Michel Temer”.
Boa parte das 82 questões endereçadas ao presidente refere-se a Loures. A linha do interrogatório da PF é nítida no sentido da busca de eventuais contradições do presidente.
A investigação mostra a intensa movimentação do ex-assessor junto a órgãos estratégicos da administração, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), órgão antitruste do governo federal.
“Vossa Excelência determinou a Rodrigo da Rocha Loures que interviesse junto ao CADE no sentido de atender a interesses do Grupo J & F Investimentos S/A?”, questionam os delegados da PF Thiago Delabary e Marlon Cajado. (Fábio Serapião, Breno Pires e Isadora Peron/AE)