Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de julho de 2023
O ex-deputado Deltan Dallagnol questionou o uso da delação premiada de Elcio Queiroz na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Em postagem nas redes sociais, ele ironizou que “a esquerda, os garantistas de ocasião e os prerrogativistas todos festejarão o que até ontem eles criticavam na Lava Jato”.
“Delação agora é prova? Até ontem, o PGR [Procuradoria-Geral da República] tava desdenunciando e o STF tava desrecebendo denúncias adoidado contra corruptos sob o fundamento de que apenas a delação não é suficiente. Alguma lei deve ter mudado… Ou o que mudou foi a capa dos autos?”, escreveu Deltan nas redes sociais nesta segunda-feira 24.
Em outra postagem, ele afirmou que “a esquerda, os garantistas de ocasião e os prerrogativistas todos festejerão o que até ontem eles criticavam na Lava Jato”.
Dallagnol foi o procurador responsável pela coordenação da Operação Lava Jato, que usou extensamente as delações premiadas em suas investigações, mas teve a prática duramente questionada pelos críticos da operação, sob suspeita de que a estratégia era prender investigados pelo rombo de R$ 6 bilhões na Petrobras para “forçar as colaborações”. Em livro de memórias, o empresário Emílio Odebrecht, preso pela operação, chegou a dizer que Lava Jato fazia blitz de madrugada nas celas para forçar delações.
Caso Marielle
O ex-policial militar Élcio de Queiroz firmou uma delação premiada com a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio de Janeiro e relatou detalhes sobre o atentado contra Marielle e o motorista Anderson Gomes. A força-tarefa, porém, diz ter confirmado os elementos centrais da colaboração e o depoimento já foi homologado pela Justiça.
Na coletiva de imprensa dada nesta segunda-feira, Flávio Dino abordou o tema. “A delação premiada sozinha não constitui um meio de prova suficiente, mas a delação premiada se soma a um conjunto que já havia sido apurado antes”, afirmou.
“A novidade é que as provas colhidas e reanalisadas pela Polícia Federal confirmaram de modo inequívoco a participação de Élcio e Ronnie [Lessa, ex-PM]. Isso conduziu à delação do Élcio”, disse o ministro da Justiça, Flávio Dino, nesta segunda. “Ao fazer a delação, ele confessa a própria participação, aponta a participação do Ronnie e acrescenta a participação decisiva do Maxwell. Alvos da busca de hoje estão relacionados à delação do Élcio.”