Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 31 de janeiro de 2020
As atividades extra-Planalto pesaram na demissão de Vicente Santini da Casa Civil, tanto quanto seu deslumbramento, abusando do “direito” de usar jato da FAB. Informes de inteligência revelaram detalhes da agenda econômica Santini, no Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), a cargo da Casa Civil. Mas só isso. Não há denúncia contra o ex-auxiliar do ministro Onyx Lorenzoni, mas sua demissão levou sossego a setores do Planalto, que temiam eventual escândalo mais à frente.
Comportamento típico
Manifestações de vaidade, ânsia por viagens e de aparecer como “homem forte” da Casa Civil provocaram desconfiança no governo.
Fazendo a caveira
Fonte do Planalto contou que um telefonema de Paulo Guedes teria alertado Bolsonaro sobre o uso indevido do jato da FAB por Santini.
Alerta vermelho
O alerta foi ligado após a informação de que o servidor demitido faria pose de “chefe informal” do Programa de Parcerias e Investimentos.
Olha a fila
O chefe de gabinete de Onyx, pastor Leandro Barbosa de Lima, ligado ao Bispo Rodovalho e próximo a Santini, poderá ter idêntico destino.
‘Sangue na água’ pode ter incitado ataque de Maia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, trabalha pela demissão de Abraham Weintraub desde que o ministro da Educação demitiu seu protegido Rodrigo Dias da presidência do bilionário Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O ataque de Maia, em São Paulo, foi comparado por um veterano deputado simpático a Bolsonaro com a reação de tubarão a “sangue na água”. Ou seja, Maia passou a acreditar ou foi informado de que a demissão do ministro é iminente.
Ousadia de ministro
O indicado de Rodrigo Maia ficou seis meses no comando do FNDE, até ser demitido em dezembro pelo ministro da Educação.
A banca do distinto
Rodrigo Dias, o apadrinhado de Maia, ex-presidente da Funasa no governo Temer, é irmão de Alexandre Baldy, secretário de Doria.
A caneta tem dono
O ataque pode dar sobrevida ao ministro: Bolsonaro gosta dele e, como o próprio Maia, lembrou é ele quem nomeia e demite ministros.
É grave, só que não
A “emergência internacional” mostra a gravidade do coronavírus, mas é a 5ª vez que a OMS age assim desde a gripe H1N1 (2009), passando pelo ebola e poliomielite (2014), zika (2016) e outra vez ebola (2019).
Decisão solitária
Foi solitária, ao amanhecer, a decisão de Bolsonaro de demitir Vicente Santini do governo e passar o PPI para o Ministério da Economia. E para não ouvir chororô, tornou isso público já às 7h17 da manhã.
PT e PSB em plena DR
A candidatura de Marília Arraes (PT) à prefeitura do Recife tem deixado o PSB insone, incluindo prefeito e governador. Lula quer o circo em chamas: disse em São Paulo a petistas pernambucanos que o Recife “precisa de prefeito, não de príncipe”, alfinetando João Campos (PSB).
Recordista é o Maia
O ministro recordista em viagens pela FAB, Osmar Terra (Cidadania), requisitou aviões 113 vezes em 2019. Menos da metade das 238 viagens do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em jatos da FAB.
TSE garante respeito à lei
O Tribunal Superior Eleitoral levou 24 horas para esclarecer a curiosa licitação de R$17 milhões para contratar serviços de tecnologia das informação, fazendo exigências que contrariam até decisões do TCU. O TSE garante que o edital respeita as leis e normas vigentes.
E a gente, ó, só pagando
“Agência reguladora” de uma única empresa (a Caesb, de Brasília), um cabide chamado Adasa vai pagar R$270 mil a um Instituto Americano de Desenvolvimento pelo concurso para contratar mais 25 pessoas.
Sem histeria
Segundo o Centro de Estatísticas da Saúde e o Conselho Nacional de Segurança, todo ano morrem quase 570 pessoas após quedas em escadas ou andaimes, só nos EUA. Coronavírus matou 170 no mundo.
Violência contra a mulher
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, entre os quase 55 mil casos de lesão corporal dolosa contra mulheres em 2019, 79% têm autor identificado e 68% ocorreram dentro da casa da vítima.
Pensando bem…
…após perder atribuições, o PPI e os dois assessores, o ministério de Onyx Lorenzoni pode ser chamado no máximo de Casebre Civil.
PODER SEM PUDOR
Sempre alerta
Benedito Valadares, que já fora interventor em Minas, recebia a visita do ex-senador Gilberto Marinho e seu colega, Victorino Freire, para tratar de um assunto polêmico. Ou melhor, para ouvir. Só Valadares falava. Os convidados ouviam compenetrados. De repente, o anfitrião parou de falar. “O que foi, Benedito?”, perguntou Marinho. Freire fez um apelo: “Parou de falar sem mais nem menos; continue, por favor!”
O desconfiado Valadares mudou de assunto: “Não vou falar mais, não. Vocês estão prestando muita atenção…”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos
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