Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2019
Ao acenar com novas mudanças em cargos de comando no governo – a última foi a possível troca do diretor-geral da Polícia Federal –, o presidente Jair Bolsonaro sugere mais capítulos da já extensa série de demissões em oito meses de mandato.
Desde janeiro, 34 pessoas foram exoneradas, conforme mostrou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, entre ministros, presidentes e diretores de órgãos federais. A média vem aumentando: o número de demissões já chega a seis em agosto.
Três principais formas de demissão se destacam e englobam quase todos os casos: foram 16 demitidos por interferência direta de Bolsonaro, se sobrepondo ao ministro da área do funcionário exonerado; outros 12 de responsabilidade do ministro do setor; e três que caíram por influência do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente.
Polícia Federal
O silêncio do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, diante dos sucessivos movimentos de interferência do presidente da República na Polícia Federal tem causado estranheza na cúpula do órgão.
Nos dias que se seguiram desde a primeira manifestação do chefe do Executivo, na semana passada, o ex-juiz não deu nenhuma declaração sobre esse assunto e tentou, por meio de interlocutores, passar a impressão de que estava distante do problema.
Depois de atropelar a PF e anunciar uma troca na superintendência do Rio de Janeiro, sugerindo, inclusive, um nome para a mudança, Bolsonaro colocou em xeque na quinta-feira (22) a permanência do diretor-geral Maurício Valeixo à frente do órgão.