Sábado, 01 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de agosto de 2022
Entre janeiro e junho de 2022, foram registrados 1.172.882 casos da doença no País.
Independentemente da estação do ano, as medidas de combate à dengue devem ser mantidas de forma contínua. Embora o período conhecido como de maior transmissão seja entre novembro e maio, as mudanças climáticas têm ampliado os riscos de proliferação do mosquito transmissor mesmo em outras estações do ano. Entre 2 de janeiro e 18 de junho de 2022, conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram registrados 1.172.882 casos de dengue no Brasil, o dobro de notificações registradas ao longo de todo o ano passado: 534.743.
Até o último balanço foram confirmadas 585 mortes – aumento superior a 130% em relação aos 246 óbitos contabilizados em 2021. Entre os Estados que apresentaram o maior número estão: São Paulo (200), Santa Catarina (66), Paraná (60), Rio Grande do Sul (57) e Goiás (55).
“Os casos de dengue estão estourando. Já temos, inclusive, mais óbitos, em apenas seis meses, do que os registrados ao longo de todo o ano passado. Estamos vivenciando uma das piores epidemias da doença. E há receio de termos um cenário pior que o registrado em 2015, quando houve uma das piores epidemias da doença, com 986 mortes”, avalia o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Embora o Aedes aegypti não sobreviva por muito tempo em baixas temperaturas – ao contrário do verão, quando o ciclo de vida pode chegar a até 60 dias –, os ovos e as larvas depositados na água permanecem vivos, podendo se desenvolver e dar origem a novos mosquitos com a chegada de semanas quentes, em qualquer época do ano.
Segundo o Ministério da Saúde, o período do ano com maior transmissão ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, a maior disseminação da doença. No entanto, em anos com invernos chuvosos como o de 2022, o número de casos também tende a crescer, caso medidas de controle não sejam mantidas.
O surgimento de outras doenças, como a covid, tende a reduzir o número de campanhas de conscientização, assim como provocar o relaxamento de ações preventivas por parte da própria população.
Óbitos
Doença infecciosa febril aguda causada por um vírus pertence à família Flaviviridae, do gênero Flavivírus, o vírus da dengue apresenta quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Geralmente, os sintomas da dengue surgem a partir do terceiro dia depois da picada do inseto, com uma média de cinco a seis dias.
É transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti (quando infectada pelos vírus) e pode causar tanto a manifestação clássica da doença quanto a forma considerada hemorrágica, conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).