Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de janeiro de 2024
O número é mais que o triplo de notificações do mesmo período em 2023
Foto: ReproduçãoSomente nas quatro primeiras semanas deste ano, o Brasil registrou mais de 217 mil casos de dengue, 15 mortes pela doença e outros 149 óbitos seguem em investigação. Os dados foram atualizados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (30). O número é mais que o triplo de notificações do mesmo período em 2023: 65.366.
De acordo com o Ministério da Saúde, a projeção do aumento de casos da doença, transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, se deve a fatores como a combinação entre calor excessivo e chuvas intensas e ao ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no Brasil.
Febre alta (acima de 38°C), dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo são os sintomas mais comuns. No entanto, a infecção por dengue também pode ser assintomática ou apresentar quadros leves.
“A gente estava esperando a qualquer momento o aparecimento dessa epidemia. E, logicamente, a epidemia depende de vários fatores, como o aumento de temperatura, que favorece a proliferação do mosquito, um período de chuvas intensas, que aparece principalmente nos períodos de El Niño e, por isso, a gente pode ter nossas epidemias de dengue. A gente já tem os quatro tipos do vírus da dengue circulando no Brasil”, explicou Stefan Cunha Ujvari, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e autor do livro “A história das epidemias”.
Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina da dengue Qdenga ao SUS (Sistema Único de Saúde). Na ocasião, a ministra Nísia Trindade afirmou que o novo imunizante iria começar a ser aplicado em fevereiro deste ano. A pasta divulgou a lista das cidades que vão receber as doses, sendo 500 municípios em 16 Estados. O Rio Grande do Sul não foi contemplado.
No entanto, o imunizante alcançará um público-alvo: adolescentes de 10 a 14 anos. Segundo o ministério, eles estão entre o público com maior número de internações pela doença. O pico das epidemias é esperado no final de março e começo de abril. Então, ainda tem perspectiva grande de piorar o quadro”, disse Stefan Cunha Ujvari.
Anunciado pelo Ministério da Saúde, A Qdenga (TAK-003) é um imunizante contra a dengue desenvolvido por um laboratório japonês. O registro do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023.
A vacina contém vírus vivos atenuados da dengue. Por isso, ela induz respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. O imunizante é aplicado em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.