Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de abril de 2024
O Brasil ultrapassou mil mortes por dengue somente neste ano, segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde atualizados nessa quarta-feira (3). São 1.020 óbitos pela doença entre janeiro e abril, além de 1.531 em investigação.
Em treze semanas, o registro já é o terceiro pior em 24 anos – desde o início da série histórica, em 2000. O recorde anual de mortes pela doença é de 2023, 1.094, seguido de 2022, 1.053. Também é 163% maior que o número de óbitos do mesmo período do ano passado, 388.
No mesmo período, o Ministério da Saúde contabilizou 2.671.332 infecções, número 353% superior que o contabilizado no mesmo período do ano passado (589.294) e já ultrapassa por inteiro até mesmo o pior ano da série histórica mantida pela pasta: 2015, quando foi 1,68 milhão de diagnósticos.
O cenário já levou 11 unidades federativas (Acre, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) a declarar estado de emergência em saúde, além de capitais. A medida vale por seis meses, mas pode ser prorrogada.
O Ministério da Saúde, contudo, fala em declínio da epidemia em quase todo o País. A pasta afirmou que o pico de transmissão da doença já foi superado e as infecções estão em “tendência de queda consolidada” em sete Estados (Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Roraima) e no Distrito Federal.
Em paralelo, 12 Estados apresentam “tendência de estabilidade”. Amapá, Ceará, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins.
Outros sete, sua maioria na região Nordeste, têm tendência de aumento de casos e óbitos por dengue. São eles: Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
“Estamos analisando esse crescimento no Nordeste e observando que a situação não cresce na mesma velocidade como em outros estados. Isso representa menor número de casos global”, disse a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel. Segundo ela, agora, “a epidemia é um pouco diferente”.
Devido à baixa procura da vacina para a doença, destinada a crianças de jovens entre 10 e 14 anos, o governo decidiu redistribuir as doses que estavam paradas para outros 154 municípios. Ao todo, o ministério distribuiu 668 mil doses com vencimento em 30 de abril; 523 mil com vencimento em 30 de junho; e 84 mil em 31 de julho.