Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2017
Na denúncia que prepara contra o presidente Michel Temer, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ligará o peemedebista ao recebimento de uma mala com 500 mil reais pelo ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), preso desde o dia 3. Para os investigadores, as provas sobre a propina acertada com o grupo JBS/Friboi só fazem sentido se forem considerados a influência e o poder do chefe do Executivo.
A denúncia, que deve ser protocolada nesta semana no STF (Supremo Tribunal Federal), juntará pontos que envolvem o presidente nos episódios. Na avaliação de investigadores, não é preciso comprovar que Temer recebeu o dinheiro, mas que atuou na operação.
Um dos principais indícios de que o acerto envolveu Temer, na avaliação dos investigadores, está em diálogo, entre Loures e o executivo Ricardo Saud, gravado pela Polícia Federal em um café em São Paulo. A conversa antecedeu o recebimento da mala, entregue por Saud, e deixou implícita a existência de uma terceira pessoa por trás do acordo, segundo integrantes da investigação.
No diálogo, aparece a menção a “presidente”. A intenção de Janot é denunciar Temer pelo crime de corrupção passiva, tipificado como o recebimento de vantagem indevida “para si ou para outrem” valendo-se do cargo que ocupa. A pena é de 2 a 12 anos de prisão.
Após o relatório, Janot tem cinco dias para oferecer a denúncia. Para o plenário do STF transformar Temer em réu, é preciso autorização da Câmara. Em caso de aval, os ministros do STF podem acolher ou recusar a denúncia. Recebida, Temer vira réu e é afastado do cargo por até 180 dias. Se o julgamento não terminar, ele seguirá processado, mas mantido no cargo.