Depois se de recursar a se afastar do cargo de presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) se reuniu na tarde desta terça-feira (6) com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto. O líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), também participou da conversa.
Desde a noite de segunda-feira, Renan e aliados vinham buscando alternativas para não cumprir a liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta manhã, a estratégia de a Mesa Diretora do Senado assinar um documento favorável ao peemedebista e levar a decisão ao plenário ganhou força tendo apoio de auxiliares presidenciais. No Palácio, a decisão de Mello foi vista como um erro grave e abuso de poder por alguns interlocutores de Temer.
Evitando entrar em conflito com o Judiciário, Temer se limitou a dizer a pessoas próximas que avaliava a medida do ministro do Supremo como controversa. Após reunião com Renan, Temer embarcou para São Paulo.
Publicamente, o presidente da República mantém o discurso de que não interferirá em outros Poderes, mas admite preocupação com a instabilidade gerada pela decisão de Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal. Por isso, Temer tenta acalmar ânimos. Na conversa com Renan Calheiros, o presidente se mostrou receoso com o clima de radicalização e de uma iminente crise institucional.
Segundo um auxiliar de Temer, Renan garantiu que o imbróglio não trará prejuízo ao governo nas votações no Senado, especialmente no caso da proposta de emenda à Constituição (PEC) que fixa um teto para o crescimento dos gastos públicos, e que estava prevista para ser votada em segundo turno na próxima terça-feira. Isso porque o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT), que assume a presidência da Casa se Renan for afastado, tem mostrado “comportamento exemplar”, de acordo com um assessor do Planalto.
Também esteve no encontro, que durou quase uma hora, Moreira Franco, secretário do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).