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Brasil Depois do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral, a estratégia montada pelo Palácio do Planalto é uma ofensiva contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e os rumos da Operação Lava-Jato

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Fachin (E) e Janot. (Foto: Reprodução)

Depois do julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a estratégia montada pelo Palácio do Planalto é uma ofensiva contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e os rumos da Lava-Jato. Para “desconstruir” Janot e também o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Temer espera contar com o Congresso, na tentativa de impedir o avanço de provável denúncia contra ele.

A absolvição do presidente pelo TSE não significa o fim da crise. O governo precisará de pelo menos 172 votos na Câmara para barrar a esperada acusação do Ministério Público. Em conversa reservada, um ministro próximo do presidente disse ao Estado que a maioria dos deputados, com receio da Lava Jato, não vai fortalecer Janot nem Fachin nessa ‘‘batalha’’. Temer é investigado por corrupção passiva, obstrução de Justiça e participação em organização criminosa.

Com a ameaça do PSDB de deixar a base aliada, o bloco conhecido como Centrão se reaglutinou e agora cerra fileiras em defesa de Temer, apresentando-se como “alternativa” aos tucanos. O grupo reúne cerca de 150 deputados e pode ser o fiel da balança para salvar o presidente de eventual cassação do mandato.

O PSDB parece cada vez mais próximo do desembarque, mas a decisão final sobre a permanência ou não no governo será tomada somente na próxima segunda-feira, em reunião do Diretório Nacional. Formado por partidos de médio porte, como o PP, PR, PTB, PRB e PSC e abrigando muitos parlamentares do “baixo clero”, o Centrão enxergou nessa turbulência a oportunidade para oferecer um “ombro amigo” ao presidente.

“Na crise, orai; na bonança, cantai louvores. E eu quero cantar louvores”, disse o presidente do PTB, Roberto Jefferson, que na quarta-feira levou a bancada para um encontro com Temer. “Eleição direta só para presidente não dá. Por acaso o escolhido iria se ajoelhar para esse Congresso que está aí? Qualquer que seja o nome, não terá força para impor nada”, afirmou o senador Telmário Mota (PTB-RR).

Cargos

Grupo do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Centrão praticamente se desintegrou após a prisão do peemedebista na Lava-Jato, no ano passado. Com o cerco se fechando em torno de Temer, porém, o bloco ganhou importância e está de olho em vagas hoje controladas pelo PSDB.

É o caso, por exemplo, do Ministério das Cidades, ocupado pelo deputado licenciado Bruno Araújo (PSDB) e cobiçado pelo PP, que hoje comanda a Saúde. A garantia de governabilidade dada pelo bloco a Temer espera, ainda, recompensa com cargos em estatais e diretorias de bancos. Mesmo que o PSDB não deixe a base agora, o Centrão promete ficar ao lado de Temer, à espera do melhor momento para ampliar o seu espaço. (AE)

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