Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de dezembro de 2024
Os Estados Unidos deportaram 271.484 migrantes em um ano, o número mais alto da última década, informou na quinta-feira o Serviço de Controle de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês). Em seu relatório anual, o órgão destacou que a maioria desses migrantes entrou no país ilegalmente pela fronteira sul, vindos de quase 200 países.
“Todos os anos, nossos oficiais enfrentam enormes desafios, mas todos os anos eles os superam”, declarou Patrick Lechleitner, diretor adjunto do ICE.
O relatório, que compila estatísticas de 1º de outubro de 2023 a 30 de setembro de 2024, foi divulgado um mês antes da posse de Donald Trump, cuja campanha se centrou em uma retórica anti-imigração e em críticas à administração de Joe Biden, acusado por ele de ser frouxo em questões fronteiriças.
Ações massivas
Os números oficiais mostram, entretanto, que, no ano fiscal de 2024, o número de deportações foi maior do que em qualquer ano do primeiro mandato de Trump.
O republicano prometeu iniciar ações massivas de deportação a partir de 20 de janeiro, quando assumirá a Presidência, e designou figuras conhecidas por posições rígidas contra a imigração para liderar a tarefa.
Estima-se que entre 11 e 15 milhões de imigrantes vivam nos Estados Unidos sem documentação adequada. Muitos são essenciais para setores como agricultura, construção civil, restaurantes e hotéis, onde formam a maior parte da força de trabalho.
Sem fundamentos
Trump e sua equipe, sem fundamentos, acusam os imigrantes de serem criminosos, muitos dos quais vêm de países em crise, como Venezuela, Haiti, Nicarágua ou Cuba, e os culpam por roubar empregos dos americanos.
Narrativa contestada
Entretanto, setores como agricultura e construção contestam essa narrativa, argumentando que a mão de obra migrante é crucial para essas áreas. Deportações em massa, acrescentam, poderiam impactar o fornecimento de alimentos, elevando preços ou reduzindo a produção.
A futura administração não detalhou como pretende realizar essas operações em larga escala. Especialistas afirmam que a remoção de milhões de pessoas exigiria um enorme esforço econômico e logístico, possivelmente em desacordo com outras promessas de Trump, como a de reduzir a inflação. As informações são da agência de notícias AFP.