Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2025
Oficiais americanos queriam manter os brasileiros deportados algemados e acorrentados.
Foto: Antônio Lima/SecomO primeiro grupo deportado da era Trump ficou em colchões no chão no aeroporto de Manaus e recebeu alimentos doados pelo poder público local, enquanto aguardavam pela aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), que os levou para Minas Gerais.
A primeira aeronave vinda dos Estados Unidos, com 158 pessoas a bordo, tinha Belo Horizonte como destino final, com conexão prevista na capital amazonense, mas precisou passar por manutenção, e o voo para a capital mineira foi cancelado. Segundo a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), foram disponibilizados para os brasileiros colchões, atendimento médico, alimentação e água.
“A principal solicitação aqui é o atendimento humanizado, então estamos nos fazendo presentes para garantir que os direitos desses cidadãos sejam preservados”, informou a secretária da Sejusc, Jussara Pedrosa, durante acompanhamento aos deportados.
No local, uma equipe do Corpo de Bombeiros do Amazonas também prestou apoio aos deportados com médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, segundo o Comandante de Socorro da capital, tenente Éverton Augusto.
“Alguns passageiros já possuem algumas patologias e precisam de acompanhamento do uso de medicação, então estamos identificando esses pacientes para que eles possam receber assistência”, disse o tenente Éverton Augusto.
Oficiais americanos queriam manter os brasileiros deportados algemados e acorrentados. No entanto, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, não autorizou a continuidade do uso das algemas, já que se tratam de cidadãos livres em território brasileiro e uma questão de soberania nacional. E, por esse motivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o envio do avião da FAB para fazer essa mediação.
Entre a noite de quinta (23) e a manhã desta sexta (24), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, utilizou uma rede social para anunciar que 538 imigrantes ilegais, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump — incluindo um suspeito de terrorismo, quatro integrantes da gangue Tren de Aragua e outros indivíduos condenados por crimes sexuais contra menores.
Ela disse, ainda, que “centenas de imigrantes ilegais já foram deportados em aeronaves militares”, marcando o início do que ela chamou de “a maior operação de deportação em massa da história”.
“Promessas feitas. Promessas cumpridas”, escreveu Leavitt, destacando que os voos de deportação já começaram. O anúncio reforça a política anti-imigração prometida pela nova gestão de Trump.
A porta-voz publicou, junto com as declarações, fotos de deportados embarcando em uma avião militar. Não há confirmação, entretanto, se trata do voo com destino ao Aeroporto de Confins.
Trata-se do primeiro voo deportados com destino ao Brasil desde a posse do novo presidente, mas há a possibilidade de que alguns deles tenham sido detidos ainda na gestão Biden, que chegou ao fim na última segunda-feira (20). As informações são do portal de notícias g1.