Por Gabriella Rocha*
O corpo cobra, a mente também: é preciso olhar para si. Mais do que isso; é preciso aprender e exercitar a compaixão consigo mesmo. Com tantas telas para acompanhar, ora pelo celular, ora pelo computador, ou, ainda, pela TV, a exemplo dos últimos casos de figuras do cenário artístico, Ariana Grande é mais uma do meio que surpreende os fãs ao falar e se auto declarar com depressão.
No sábado (20) ela compartilhou uma citação de Jim Carrey no Instagram, que diz: “Depressão é o seu corpo dizendo: Eu não quero mais ser esse personagem. Eu não quero ficar nesse avatar que foi criado no mundo. É demais para mim. Você deveria pensar na palavra deprimido como descanso profundo. O seu corpo precisa ficar deprimido. Ele precisa descansar profundamente do personagem que você tem tentado interpretar”. Ela também respondeu alguns tweets de apoio, declarando: “Eu me sinto vazia e gostaria de ter mais o que dizer/uma energia melhor para dar a vocês, mas eu não tenho nada. Amo vocês”.
E, em oposição ao estereótipo relacionado à pessoas depressivas, no dia seguinte, domingo (21), ela fez uma apresentação icônica em um dos palcos do festival Coachella, na Califórnia (EUA). Ou seja, o indivíduo pode conviver com a doença e, ainda assim, aparentar ser uma pessoa feliz e com uma vida social ativa.
Jim Carrey respondeu à declaração da cantora no Twitter: “Eu li o que você escreveu sobre mim e sobre o que eu disse sobre depressão. Admiro sua abertura. Desejo liberdade e paz a você. Me sinto abençoado por ter uma admiradora tão talentosa”, ele pontuou. O ator também compartilhou um texto de Jeff Foster, que trata a doença como uma “exaustão espiritual”, em que a pessoa, bem como o nome depressão proprõe, são pressionadas para baixo. No texto, o autor estimula o paciente a recomeçar: “Não há vergonha na sua exaustão”.
Ari não está sozinha nessa. Nesta segunda-feira (22), a cantora brasileira Luísa Sonza dividiu com o público que fará uma pausa na carreira, para poder acompanhar o marido, Whindersson Nunes, que também luta contra o problema. O Brasil se emocionou, neste feriado de Páscoa, com o caso da jovem Yasmim Gabrielle, ex-assistente de palco do programa Raul Gil, que tirou a própria vida depois de anos enfrentando a doença.
Entendendo e tratando a doença
Desejamos força para todos eles, lembrando: depressão é um problema sério, mas que pode ser tratado e controlado. Existem muitas opções de tratamento, mas externalizar é o primeiro passo. Divida os sentimentos com amigos, familiares, assim como Ariana e Whindersson fizeram. Não guarde tudo para si!
Centros gratuitos trabalham exclusivamente com casos assim, como o “Centro de Valorização da Vida”, “ADDS” (Apoio ao Diagnóstico de Depressão e na Definição de Risco de Suicídio) e “ASSIM” (Associação Instituto Movimento).
O Facebook tem a plataforma “Prevenção de Suicídio”, que presta suporte aos usuários, bem como o Instagram, que, através do link de pesquisa para termos “ansiedade” e “depressão”, direciona o perfil para uma página onde existe material de apoio e pessoas dispostas a conversar. Na foto, o texto descreve: “Se você acha que depressão é frescura, quem precisa de tratamento é você”.
*Estagiária sob supervisão de Marjana Vargas