Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2020
Momento em que o deputado toca o seio da deputada na Alesp foi gravado.
Foto: Reprodução“Fui assediada publicamente pelo deputado Fernando Cury em meio à votação do orçamento do Estado na Alesp [Assembleia Legislativa de São Paulo], na noite de ontem [quarta] (16), durante a 65ª Sessão Plenária Extraordinária da casa”, escreveu no Twitter a deputada Isa Penna (PSOL), na quinta-feira (17). Ela registrou boletim de ocorrência sobre o caso.
Na quinta-feira, a parlamentar registrou um boletim de ocorrência contra o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) por importunação sexual.
Um vídeo gravado por uma câmera da Alesp mostra o deputado passando a mão no seio da parlamentar durante sessão extraordinária para votar o orçamento do Estado na noite de quarta-feira (16).
Formada em direito e filha de fundadores do PT (Partido dos Trabalhadores), Isa Penna foi da militância feminista para o cargo de deputada estadual na Alesp em 2018.
Antes do caso desta semana, a deputada, de 29 anos, relatou já ter sido chamada de vagabunda, vadia e de terrorista quando foi vereadora por São Paulo.
O vídeo, disponível na íntegra YouTube, no perfil oficial da Alesp, por volta dos 10min50seg, mostra o caso.
“É possível verificar que o deputado Fernando Cury conversa com o deputado Rodrigo Moraes (DEM), ele realiza um movimento em direção à mim e retorna a conversar com deputado Moraes, que tenta impedi-lo com a mão, de se dirigir de novo à mim”, relatou a deputada em uma rede social.
“O deputado Cury, no entanto, ignora o gesto e se posiciona atrás de mim e apalpa meus seios, no que é imediatamente repelido por mim! E assim ocorre o assédio!”, completou.
“Sou conhecida por atuar em prol do combate à violência contra as mulheres e afirmo que a violência política de gênero que sofri publicamente na Alesp, infelizmente não é um caso excepcional”, disse ainda a parlamentar por meio de nota.
“A deputada Isa Penna é conhecida por atuar em prol do combate à violência contra as mulheres e afirma que a violência política de gênero que sofreu publicamente na Alesp infelizmente não é um caso excepcional, dado que ela e as deputadas Mônica Seixas e Erica Malunguinho, do mesmo partido, já foram assediadas em ocasiões anteriores”, diz a nota.
Em discurso no plenário, também relatou que o caso não era isolado.
“O caso que a gente vive não é isolado. A gente vê a violência política e institucional contra as mulheres o tempo todo. O que dá direito de alguém encostar numa parte íntima do meu corpo? Meu peito é íntimo. É o meu corpo. Eu estou aqui pedindo pelo direito de ficar de pé e conversar com o presidente da Assembleia sem ser assediada”, afirmou.
No plenário, o deputado Cury pediu desculpas por “abraçar” a colega. Ele negou que tenha havido assédio ou importunação sexual.