Membros do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados descartaram a possibilidade de uma suposta adulteração de documento oficial cancelar a sessão, ocorrida no início do mês, que aprovou a continuidade do processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O jornal “Folha de S.Paulo” consultou dois peritos que atestaram a falsidade da assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP). Na noite da votação do parecer que deu continuidade ao processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Gurgel encaminhou uma carta de renúncia ao cargo de membro titular do colegiado. O parlamentar insistiu que não houve falsificação de documento e afirmou que assinou a renúncia sob efeito de álcool e medicação controlada – tarja preta. “A assinatura é minha, não falsifiquei a assinatura de ninguém”, afirmou.
Conselheiros querem encaminhar à Procuradoria Geral da República um pedido de abertura de investigação de suposta falsidade ideológica. O PPS informou que vai pedir o resultado do exame grafotécnico encomendado pelo jornal e acrescentou que pedirá novo exame para confrontar o resultado.
Renúncia
Após o episódio da contestação de sua assinatura em um documento encaminhado ao Conselho de Ética, o deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) deve seguir a orientação do partido e renunciar em definitivo à vaga de integrante titular do colegiado.
Em conversa com o parlamentar, o líder da bancada na Câmara, Maurício Quintella Lessa (AL), sugeriu que ele desista da função e se concentre no tratamento de saúde. “Não é confortável, não é cômodo mais para ele e para o conselho. Ele não está bem, está precisando se cuidar”, disse Quintella ao Broadcast Político. Gurgel aceitou a recomendação, mas ainda não formalizou a saída do colegiado.