Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de abril de 2017
O eurodeputado britânico Nigel Farage, um dos articuladores para a saída do Reino Unido da União Europeia, indignou nesta quarta-feira (5) a Eurocâmara, ao classificar a UE de “gangster” e “máfia” por suas exigências para as negociações do Brexit.
“Estão agindo como a máfia. Acham que somos reféns, mas não somos. Somos livres para ir embora”, disse Farage ante os eurodeputados que debatiam em Estrasburgo (noroeste da França) as linhas vermelhas da Eurocâmara para o processo de divórcio.
Aos gritos de indignação na Câmara, o presidente do Parlamento, o italiano Antonio Tajani, interrompeu o discurso de Farage, ressaltando que é “inaceitável” comparar a Eurocâmara com a máfia.
“Senhor presidente, entendo as sensibilidades nacionais. Mudarei para gangster, que é como estamos sendo tratados. Estão nos dando uma nota de resgate”, respondeu Farage, uma das cabeças visíveis do grupo pró-Brexit no referendo realizado em junho.
Em seu discurso, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, lembrou ao político britânico que “não é a UE que abandona o Reino Unido, é o Reino Unido que abandona a UE”.
O eurodeputado britânico também criticou a UE por querer negociar os termos do divórcio antes de abordar um acordo comercial em ambos os lados do canal da Mancha após o Brexit, assim como por sua postura sobre o enclave britânico de Gibraltar e a enorme fatura que Londres deverá pagar ao sair.
“Gibraltar é claramente um rompedor de acordo”, afirmou Farage, referindo-se a um dos pontos de negociação da UE que estabelece que a aplicação a Gibraltar de qualquer acordo sobre as futuras relações com o Reino Unido deverá ter o acordo prévio entre Londres e Madri.
Desde então, o tom foi subindo sobre o futuro do pequeno enclave com 32.000 habitantes, cedido pela Espanha ao Reino Unido em 1713, mas reivindicado pelo reino espanhol há décadas.