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Deputado federal é detido pela Polícia Militar no Rio de Janeiro

O deputado federal Glauber Braga (PSOL) e três estudantes foram detidos nesta sexta-feira (20) durante a ação de desocupação da Uerj. (Foto: Reprodução)

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi detido nessa sexta-feira (20) durante a ação de desocupação da Universidade Estadual do Rio (Uerj). Todos foram levados para a Cidade da Polícia. Policiais militares cumpriram a decisão judicial da 13ª Vara de Fazenda Pública, que determinava a reintegração de posse com a desocupação completa dos prédios da universidade, onde desde julho estão acampados alunos que protestam contra o corte de benefícios de bolsistas.

Glauber Braga foi liberado na noite dessa sexta-feira após passar o dia detido. O deputado havia sido levado com dois estudantes e um jornalista, que também foram liberados. “Hoje é um dia lamentável do ponto de vista do que foi feito, estudante lutando pelo direito de ficar na universidade e sendo recebido por bomba”, disse após sair da Cidade da Polícia, sede de delegacias de Polícia Civil no bairro do Jacaré, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

No início da tarde, policiais do Batalhão de Choque da PM entraram na universidade e utilizaram bombas de efeito moral. A entrada dos policiais ocorreu às 13h20, pelo portão 7 da Uerj.

Segundo testemunhas, os estudantes jogaram pedras e pedaços de madeira contra os policiais, que revidaram as agressões.

Segundo a Reitoria da Uerj, um policial ficou ferido e foi levado para o hospital. Não houve registro de estudantes feridos.

Manifestantes colocaram fogo em pneus na Avenida Rei Pelé (antiga Radial Oeste), uma das principais vias da Zona Norte.

Estudantes que estavam do lado de fora da universidade tentaram entrar no local para apoiar os colegas. A desocupação foi confirmada pela Polícia Militar às 15h10.

Em nota, a reitoria da Uerj confirmou que, na tarde desta sexta-feira (20), foi concluída a desocupação do Pavilhão João Lyra Filho e assinada a reintegração de posse dos espaços da Uerj. Segundo a reitoria, a maior parte dos grupos da ocupação “evadiu-se antes que os agentes pudessem identificá-los. Outros, no entanto, foram detidos e levados para registro de ocorrência, visto que se encontravam em descumprimento de decisão judicial”.

A reitoria diz ainda que “lamenta profundamente que, apesar de todos os esforços de negociação – oito reuniões com entidades representativas dos estudantes e audiência de conciliação com a juíza do Tribunal de Justiça – a situação tenha chegado a esse ponto de intransigência por parte dos grupos extremistas da ocupação”.

Pelas redes sociais, os estudantes manifestaram indignação com a atitude da reitoria. “É absurdo, é autoritário, e só se viu ação assim durante a ditadura militar”, dizem em publicação e complementam em outra: “a reitoria da Uerj deu ordens para o choque retirar estudantes pobres de dentro da universidade”.

Em nota, o PSOL se manifestou sobre a prisão de Braga. “A prisão do deputado federal do PSOL Glauber Braga se deu de modo arbitrário e ilegal, quando nosso parlamentar tentava negociar uma solução pacífica para a reintegração de posse do Pavilhão João Lyra Filho”. O partido informou ter acionado o departamento jurídico para avaliar as medidas cabíveis contra o estado do Rio de Janeiro.

Já o deputado Glauber Braga também havia se manifestado por meio de sua assessoria de imprensa antes de ser solto. “Ao defender os estudantes da UERJ que estavam sendo ameaçados e agredidos pela Tropa de Choque (que pela primeira vez na história entrou na UERJ!), o deputado federal Glauber Braga foi detido. Os estudantes participavam de uma ocupação na universidade, lutando contra cortes no orçamento da política de permanência estudantil destinada a estudantes pobres. Glauber está sendo levado junto com mais 3 estudantes nessa reintegração de posse absurda. É uma detenção ilegal, já que um deputado federal só pode ser detido em flagrante por crime inafiançável. Assim funciona o autoritarismo e a truculência de Cláudio Castro e da reitoria da UERJ. Lutar não é crime! Abaixo o autoritarismo e a repressão!”, diz o comunicado. As informações são do portal de notícias G1, da revista Carta Capital e da Agência Brasil.

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