Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2025
Após permanecer oito dias em greve de fome, ingerindo apenas água, soro e bebidas isotônicas, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) iniciou o delicado processo de reintrodução alimentar. A nova fase exige cuidados específicos, já que longos períodos sem ingestão de alimentos sólidos podem acarretar complicações como atrofia muscular, perda de massa corporal e desequilíbrio severo de nutrientes no organismo. De acordo com sua assessoria, o parlamentar passou o domingo de Páscoa ainda em recuperação, mas ao lado da família, em um momento reservado e emocionalmente importante para sua retomada.
Neste estágio inicial, Glauber tem seguido uma dieta leve e cuidadosamente monitorada. Os primeiros alimentos reintroduzidos foram caldos e sopas de legumes, com baixo teor de gordura e de fácil digestão. Progressivamente, ele começou a consumir alimentos pastosos, como purês, e sólidos leves, como arroz e frango desfiado. Produtos ultraprocessados, doces, frituras e alimentos ricos em gordura ou açúcar permanecem terminantemente proibidos durante essa fase de transição.
“A alimentação tem que ser lenta, com líquidos, pastoso e sólidos, bem aos poucos para não ocasionar estranhamento no sistema digestivo. Também há algum risco pela imunidade, então ele está usando o final de semana para descansar”, explicou sua esposa, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que tem acompanhado de perto a recuperação do marido.
Glauber segue em Brasília, onde continua sob observação médica. O acompanhamento, segundo sua equipe, é feito por meio de ligações e visitas pontuais, uma vez que o período mais sensível após um jejum prolongado costuma se estender por até dez dias após a retomada alimentar. Estima-se que o retorno completo à dieta habitual e a recuperação do peso perdido — mais de cinco quilos — possam levar várias semanas ou até meses.
A greve de fome teve início em 9 de abril e foi encerrada em 17 de abril, como forma de protesto contra o parecer aprovado pela Comissão de Ética da Câmara que recomenda a cassação de seu mandato. Durante os oito dias de jejum, Glauber permaneceu no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, dormindo no local com apoio logístico da esposa, que providenciou colchão e cobertores.
O processo contra Glauber se refere ao episódio em que ele chutou o militante do MBL, Gabriel Costenaro, durante uma discussão acalorada em abril de 2024. O caso foi contido por policiais legislativos, que conduziram os envolvidos ao Departamento de Polícia Legislativa (Depol).
A greve foi encerrada após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), comprometer-se a não pautar o processo de cassação no plenário pelos próximos 60 dias. (Com informações do jornal O Globo)