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Política Foi um Deputado Federal gaúcho que discutiu com Eduardo Bolsonaro sobre facada no ex-presidente da República

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De 58 anos e natural de Ronda Alta (RS), Dionilso Marcon ocupa uma cadeira na Câmara desde 2011

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
De 58 anos e natural de Ronda Alta (RS), Dionilso Marcon ocupa uma cadeira na Câmara desde 2011. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Eduardo Bolsonaro (PL-SP) “partiu para cima” do também deputado federal Dionilso Marcon (PT-RS), nesta quarta-feira (19) após o petista afirmar que a facada sofrida em 2018 por Jair Bolsonaro (PL) era “fake”. De 58 anos e natural de Ronda Alta, no Rio Grande do Sul, o parlamentar alvo da ofensiva do filho do ex-presidente ocupa uma cadeira na Câmara desde 2011.

Ele começou a carreira política como deputado estadual em seu estado natal, tendo se elegido pela primeira vez em 1998, segundo seu site oficial. Marcon permaneceu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul até 2010, quando ganhou a eleição para uma vaga na Câmara dos Deputados.

Antes de disputar vagas no legislativo, o parlamentar foi membro da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e participou do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), onde foi membro da direção da organização.

A discussão

Eduardo Bolsonaro e Dionilso Marcon debatiam na Comissão de Trabalho da Câmara, na quarta-feira, quando o filho do ex-presidente citou o atentado cometido contra o então candidato. Marcon afirmou que a “facada foi fake”. Eduardo levantou da cadeira e precisou ser contido pelos colegas. Ele chamou Marcon de “veado” e pediu para que repetisse a frase.

Segurado pelos colegas, Bolsonaro reagiu aos pedidos para que respeitasse o decoro da Casa:

“Queria me tirar do sério? Conseguiu. Decoro? Olha o que este veado está falando aqui! Não houve sangue? Desde quando a faca foi fake? Vocês tentaram matar o meu pai e agora querem me tirar do sério. Te enfio a mão na cara e perco o mandato com dignidade, seu filho da puta. Tá achando que está na internet?”, disse em voz alta.

Conselho de ética

O PT informou que acionará o Conselho de Ética da Câmara por conta do episódio. O GLOBO procurou Eduardo Bolsonaro, mas ainda não obteve retorno. Irmão do parlamentar, Jair Renan usou as redes sociais para defender o parente: “Se fosse comigo teria a mesma atitude”, disse. “Não deixaria barato alguém que faz chacota com a situação da facada do meu pai”, completou.

A facada

Em 2018, uma facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira no então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, durante evento eleitoral em Juiz de Fora (MG), marcou a campanha. O atentado motivou uma série de teorias, que incluíam desde ligações do criminoso com políticos adversários a conluios para que o crime fosse acobertado. Após analisar uma série de provas, a conclusão da Polícia Federal foi no sentido contrário: Adélio agiu sozinho.

E tal conclusão está amparada na análise exaustiva de imagens do dia, em mensagens e da quebra de sigilos telefônicos e bancários de Adélio e de pessoas que pudessem ter alguma ligação com o ato. Mas a investigação não encontrou qualquer elemento que indicasse a participação de mais pessoas.

Em 2019, Adélio foi considerado inimputável, ou seja, não poderia ser punido pelo crime, uma vez que uma perícia concluiu que ele tinha transtorno delirante persistente. Por ser considerado perigoso, ele foi afastado do convívio social e está até hoje, quatro anos depois, internado em um presídio federal em Campo Grande (MS) para receber tratamento.

Inquéritos

A PF abriu dois inquéritos para apurar a facada contra Bolsonaro. Um em 2018, logo após o atentado, e outro que só foi concluído em maio de 2020. A segunda apuração foi iniciada por decisão da própria PF para assegurar que não houve a participação de terceiros — hipótese descartada após as investigações.

Nos documentos que compõem as investigações, a polícia citou vários pontos para demonstrar que não houve participação de mais pessoas além de Adélio no crime.

Segundo a PF, foram analisados 2 terabytes de imagens, incluindo mais de 150 horas de gravação de câmeras de segurança em Juiz de Fora ou feitas por pessoas que as pulicaram nas redes sociais. A apuração também checou 1.200 fotos do dia do atentado.

Além disso, a PF vasculhou mais de 250 gigabytes de informações em mídia, incluindo dados de celulares e computador, além de 600 documentos. Analisou ainda 6 mil comunicações de mensagens instantâneas, e periciou computadores da lan house que Adélio frequentava.

Outro ponto destacado pela polícia foram as 40.508 mensagens nas contas de e-mail de Adélio a partir de 2016, que não mostraram qualquer indício de que houve a participação de outras pessoas no crime cometido por ele.

As mensagens do Facebook de Adélio também não revelaram indícios de participação de outras pessoas.

Confissão

Em depoimento que prestou em agosto de 2019, o próprio Adelio disse que “nunca concordou com a tese de defesa de seu advogado, que alegou sua insanidade mental” e que “é réu confesso e gostaria de ter sido tratado como tal somente”.

A PF também periciou a faca usada por Adélio e constatou que “é dotada de lâmina afiada e ponta, sendo eficaz para causar feridas incisas e pérfuro-incisas, além de possuir cabo de plástico, eficaz para causar feridas contusas”. Estimou até mesmo seu valor de mercado: R$ 7.

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