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Deputado petista Zeca Dirceu critica o governo Lula e diz estar com “paciência zero”

Zeca Dirceu afirmou que a "situação está péssima". (Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados)

O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) fez duras críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais, nessa quinta-feira (16). O ex-líder do partido na Câmara dos Deputados e filho de um dos principais nomes da sigla, o ex-ministro da Casa Civil Zé Dirceu, usou seu perfil para expressar seu desagrado, afirmando que a “situação está péssima”.

Quando procurado para comentar sobre o assunto, Zeca Dirceu optou por não dar declarações adicionais, mas seu post gerou repercussão, especialmente após o recuo do governo federal em relação ao monitoramento de transações financeiras no Pix.

“Não me venham com ‘Bom dia’, situação é péssima! Acordei tão nervoso, que meu café foi diferente, joguei o pó na boca e toquei água quente pra dentro, paciência zero, em especial com nosso governo. Meu único alento é seguir na defesa da educação, o Mais Professores está ON”, escreveu o deputado no X, plataforma anteriormente conhecida como Twitter. A publicação de Zeca Dirceu foi rapidamente republicada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Aliados de Zeca Dirceu interpretaram sua crítica como uma manifestação contra o recuo do governo federal em relação ao Pix. De acordo com esse grupo, a medida do governo foi vista como um erro estratégico, comparado a uma situação em que “soldados são chamados para a guerra, mas, no início da batalha, os generais fogem e deixam os peões sozinhos no front”.

A mudança do governo aconteceu na última quarta (15), quando a administração de Lula decidiu revogar a norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das transações financeiras, incluindo o Pix. A revogação foi uma resposta direta à onda de desinformação sobre a medida, que gerou uma série de falsas alegações e receios entre a população. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo federal está considerando tomar “providências criminais” contra aqueles que disseminaram fake news e golpes relacionados à normativa.

A regra revogada originalmente exigia que operadoras de cartão de crédito, carteiras digitais e fintechs informassem à Receita Federal dados sobre transações acumuladas acima de R$ 5 mil por mês para pessoas físicas, incluindo transações feitas via Pix.

Antes da mudança, apenas os bancos tradicionais estavam obrigados a fornecer essas informações. O governo argumentou que o recuo se deu em função do pânico gerado pelas fake news, que não só prejudicaram a imagem da medida como também foram usadas por golpistas para enganar os usuários do Pix, tentando extorquir dinheiro de pessoas vulneráveis.

Com a crescente disseminação de informações falsas, inclusive por figuras políticas e líderes religiosos, o governo de Lula já anunciou que tomará medidas legais contra os responsáveis pela propagação dessas fake news e pelos golpes relacionados à nova norma.

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