O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) protocolou o pedido de criação de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar decisões judiciais que, apesar das garantias constitucionais, censuram opiniões e veículos de comunicação em bloqueios de perfis em redes sociais, além de restringirem a livre expressão. Apesar de citar decisões que afetam “cidadãos comuns”, a CPI mira decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), sobretudo as monocráticas, do ministro Alexandre de Moraes.
Correndo atrás
O pedido de Gayer foi protocolado nesta segunda (3). O deputado está atrás das 171 assinaturas necessárias para tirar a CPI do papel.
Campo fértil
A CPI pode prosperar pela indignação geral com os inúmeros casos de parlamentares impedidos até de publicar posts de opinião.
Investigar é preciso
“É preciso esclarecer quem está agindo para instaurar esse regime da censura da opinião pública no Brasil”, declarou o deputado à coluna.
Começou aqui
O STF entrou na história após barraco entre o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e o ex-deputado federal Alexandre Baldy, atualmente no PP.
Ferrar Moro é obsessão para alvos da Lava Jato
Ao contrário da política econômica, da política externa e da divisão de cargos, áreas em que não se entendem, o núcleo duro do governo Lula (PT) tem ao menos um consenso: “f*** (ferrar) Sergio Moro”, como afirmou o presidente, com ódio. Alvos da Lava Jato que retomaram o poder não abandonam o desejo de vingança contra o ex-juiz que os mandou à cadeia. Não falam outra coisa, em conversas reservadas. Petistas mais serenos tentam, em vão, que abandonem o retrovisor.
Apenas 1ª instância
Tipos como Lula e Zé Dirceu concentram ódio em Sergio Moro, mas suas sentenças foram confirmadas e até aumentadas em outras instâncias.
Pixuleco, parte 2?
João Vaccari, aquele que arrecadava “pixulecos”, é outro ex-condenado que voltou a circular serelepe nos corredores do poder, em Brasília.
Réus confessos
Também não-petistas, aliados de Lula, hoje no MDB, PP, PSDB, PTB e União acabaram presos. Quase todos réus confessos.
Vozes do atraso
A tentativa de “melar” o Marco Legal do Saneamento tem a ver com a manutenção, nas mãos dos políticos, dos negócios milionários envolvendo as empresas estaduais e municipais de água e esgoto.
Chanceler de enfeite
A ida de Celso Amorim a Moscou e Paris mostra a anomalia no Itamaraty de Lula. É a segunda viagem internacional, após Caracas, que Amorim vai na encolha enquanto Lula escanteia o chanceler Mauro Vieira.
Só pensam nisso
Salivando, Fernando Haddad (Fazenda) pôs no lixo a lorota de que não haveria aumento de impostos. Já admite taxar várias atividades. Quer esfolar empregadores e investidores arrancando-lhes R$150 bilhões.
Três meses depois
Alexandre de Moraes (STF) recuou e agora autorizou busca e apreensão de e-mails das Americanas, três meses depois da descoberta da fraude. Resta saber se ainda haverá alguma coisa útil a ser apreendida.
Regalias, ontem e hoje
Aliado de Lula, o TCU vazou gastos de R$255,9 mil em “salgados típicos de coquetel” de “militares” no governo anterior, mas parece achar natural a decisão recente do Planalto de comprar 225kg de pão de queijo.
Nem factoide
Preocupado com a falta de boas notícias para a marca dos 100 dias do novo governo, o presidente Lula (PT) cobrou seus ministros “mais entregas” e “divulgação”. Difícil trabalhar 100 dias em uma semana.
Cotados
Além de Claudio Cajado (PP-BA), outro deputado lembrado para a relatoria do projeto de ajuste da regra fiscal é Fernando Monteiro (PP-PE), sobrinho do ministro José Múcio Monteiro (Defesa).
E olhe lá
Governistas mais otimistas tentam plantar que a regra fiscal do ministro Fernando Haddad (Fazenda) pode ser votada ainda em abril. Quem tem o pé no chão diz que, se tudo der certo, a votação sai até o fim de maio.
Pensando bem…
…trocar cargo por verba já atendeu pelo nome corrupção.
PODER SEM PUDOR
Língua ferina e letal
Era muito temida a língua do ex-vice-presidente da Câmara, deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL). Certa vez, nos anos 1990, em aparte devastador, ele liquidou o projeto do deputado tucano Fábio Feldmann (SP) para implantar “processamento químico e elétrico” em abate de animais, nos frigoríficos: “Vamos ter cadeira elétrica para boi?2, perguntou Nonô, debochado. “Como faremos com o peru? Será crueldade matar a vítima embriagada?” As gargalhadas do plenário sepultaram o projeto do ambientalista tucano.
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos